segunda-feira, dezembro 24, 2007

Bateu a nôrose permanente no portenho de la Boca (com trocadilho, por favor!)


Calado, o argentino Diego Armando Maradona é um poeta. Devo a ele - e às cores das bandeiras dos países participantes - meu gosto por futebol, adqüirido durante a Copa de 1986. O gol em que acabou com toda a defesa inglesa é um dos grandes momentos da humanidade.

Sem a bola e de boca aberta, porém, o ex-craque só dá caneladas na razão típicas dos brizolistas, o que talvez ajude a explicar seu fascínio por ditadores como Fidel Castro e seu sucessor wannabe Hugo Chávez - cuja União Soviética é o petróleo.

Essas coisas progridrem e a mais nova paixão de Diego é o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, aquele que relativiza o quanto pode o holocausto e defende o enforcamento de gays.

Resta saber o que um ser que odeia os cães infiéis ao islã e diz que em seu país não há homossexuais pensa de um homem que usa brinco, já beijou outro homem na boca e foi(?) notório cheirador de cocaína.

Peru à milanesa é presente de Natal para a Inter

Uma grande defesa, pelo menos, de um lado e o peru de natal do outro no clássico milanês confirmam uma suspeita de muito tempo. Júlio César já chegou tarde a titular da seleção. Capacidade, ele sempre teve; vibração, também. Tem espírito da amarelinha e, aliás, no atual comando Dunga, às vezes parece ser o único a gostar tanto de jogar pelo Brasil quanto por seu time. O que faltava antes para ele ser convocado e escalado com maior regularidade? Jogar fora, talvez...

Só não dava para defender a cobrança de falta de Pirlo. Chute forte e com curva, por cima da barreira... um abraço. Já o sempre superestimado Dida deu um presente ao argentino Cambiasso e à liderança disparada do rival no Italiano. Tá certo que o Mundial é muito mais importante, mas uma renovação no elenco deveria começar a ser pensada por Bersolusconi e seus companheiros.

Despedida em azul e branco. Por que não em verde e amarelo?


Na antesvéspera de Natal, Manoel Tobias, maior jogador da curta história do futsal em sua versão contemporânea (valendo gol dentro da área), faz seu jogo de despedida no Maracanãzinho em uma daquelas peladas de fim de ano, com time azul cotnra branco.

Ao mesmo tempo, a seleção brasileira goleava a da Argentina - em quadra, pouco mais que um bom sparring - por 6 a 0. Dada a coincidência de datas e a pouca importância da sétima vitória brasileira neste ano sobre os fregueses ali de baixo - disfarçada pelo pomposo e errôneo nome de Desafio Internacional -, por que não convidar o craque para se despedir das quatro linhas vestindo a amarelinha?

Vale lembrar que Tobias foi campeão mundial duaz vezes com a seleção. Falcão nunca.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Freguês bom...

...volta sempre:

Fla perde para o Defensor e dá adeus a Liga das Américas de basquete


O Flamengo deu adeus a Liga das Américas ao perder pro Defensor po 80 a 75 (40 a 38).

O Minas Tênis, outro brasileiro no grupo, se classificou com a melhor campanha do grupo.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Perguntar ofende?

O Brasil preferiria que a Marta ganhasse o prêmio de melhor jogadora do mundo, como ganhou, ou que tivesse feito o gol naquele pênalti contra a Alemanha? Refrescando a memória, era a final do mundial feminino e as conterrâneas de Nina Hagen venciam por 1 a 0, quando a 10 brasileira, visivelmente nevosa, desperdiçou a chance do empate.

A partir dali, toda a seleção brasileira, desacostumada a correr atrás de um placar adverso, entrou em frangalhos e as alemãs acabaram metendo mais um.

Perguntar pode até ofender, mas um pênalti desperdiçado naquela situação ofende muito mais. Eu votaria na Prinz, que foi campeã.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Ele pertence à bispa Sônia


Tá certo que este ano o fiel da igreja renascer - aquela do casal de bispos aloprados preso por andar por aí com uma dinheirama não declarada - mereceu o prêmio da Fifa, mas será que não ganharia mesmo se fosse apenas o melhor da Europa? Ou alguem dúvida que o melhor em 2003 foi Tevez, em 1997, Edmundo e, em 1992, Junior Capacete? Só para dar o termo de compração que feitos maiores fizeram os eleitos nestes anos, respectivamente Zidane, Ronaldo e Van Basten?

Tevez, com 20 anos, liderou a conquista do Boca contra o... Milan, então mais forte e mais jovem. Edmundo, noque pese... tudo, estraçalhou em 97 e Junior simplesmente levou o Flamengo a vencer um Brasileiro em que estava longe de ser o melhor time. Aos 38 anos. O futebol europeu é grande, mas o futebol mundial não se resume a ele. Tanto que, mesmo com menos dinheiro, os times sul-americanos venceram mais mundiais.

Em tempo, Kaká, pelo menos, pode-se afirmar que realmente pertença aos bispos Sônia e Estevão Hernandez. Quanto ao dinheiro que eles carregavam quando foram grampeados, há controvérsias.

Chatice à milanesa

Com o Milan campeão mundial, a Itália idem e o São Paulo campeão brasileiro, o futebol chato está no topo das paradas. Todo o respeito à qualidade de gestão clube paulista - nem tanto á do milanês, raco em criar jogadores -, mas quais os grandes jogos deles?

Este blog torce para que times como o do Barcelona não vacilem na hora do vamo ver e botem ara correr esse tédio que não dá vontde de ver jogar.

A função social do drible

Amigo meu, dia desses, incluiu o Coelho - é, aquele da porrada do Kerlon - na seleção do Brasileiro. Para ele, o lateral-direito atleticano era um "herói" por um motivo bastante peculiar: teria ensinado o jogador do Cruzeiro a não dar mais aquele drible, que, frente a defensores mais truculentos poderia deixá-lo com alguma contusão bem mais grave. Mais ou menos o mesmo argumento do rei dos animais e técnico do Galo no dia seguinte.

Na tentativa de reforçar sua idéia, meu amigo aind tascou que o drible da foca era "ineficiente". Ora, então, bastaria o Coelho roubar a bola, como fez o Obina em umjogo seguinte.

São dois argumentos interessantes. Primeiro, o que há nas regras do futebol que permita a algum jogador usar as faltas para "orientar" ou "disciplinar" os dribles dos adversários, como se fossem um CFJ* do futebol?

Segundo, o que, nas mesmas regras, restringe dribles considerados "ineficientes"? Dá o que pensar tal idéia,imaginem um eventual Índice de Eficiência do Drible. Seria mais ou menos como a "função social da terra", aquele critério tão claro quanto a água da praia de Ramos que oganizações políticas enrustidas como "movimentos sociais" usam para invadir a fazenda alheia.

Coelho é um herói, tanto quanto João Pedro Stédile e Bruno Maranhão. Pode liderar o MST (Movimento os Sem-Talento) na regulação e fiscalização de qual drible pode e qual drible não pode.

*Conselho Federal de Jornalismo, troço que sindicalistas da CUT inventaram para "orietar, fiscalizar e disciplinar" os jornalistas, sob os critérios deles, é claro, e convenceram um deputado evangélico a apresentar como projeto de lei em 2004. Felizmente, não vingou.

Tem culpa o Inter?

Na mais ridícula desculpa pelo merecido rebaixamento corintiano, o presidente André Sanchez colocou "alguns jogadores do Internacional" entre aqueles que não mereceriam vestir a camisa de seu time. Eis um exemplo de hombridade e coragem condizente com um dirigente que deixa membr de quad..., digo torcida organizada pôr o dedo em sua cara,como se mandasse no clube. Põe a culpa nosjogadores do outro time que perderam do Goiás, como se o próprio Corinthians não tivesse cavasse sua cova, rodada a rodada.

Na verdade, o Corinthians não mandava em si mesmo há uns três anos, pelo menos. Quando correu risco de rebaixamento, em 2004, aceitou ser arrendado pela suspeita MSI, apontado por investigações da Polícia Federal como braço de lavagam de dinheiro da máfia russa.

A MSI surgiu, então, como uma tábua de salvação, por mais nebulosas que fossem a origem de tanta grana - e mais evidente fosse a perda da independência de gestão do clube sobre si próprio. Foi a bolsa-time corintiana. Eles ganhavam dindin, mas eram totalmente dependentes do que o seu moço Kia mandasse. O destino não poderia ser mais perfeito.

Alguém ja viu grupos nebulosos mandarem na gestão do São Paulo, campeão brasileiro de 2006 e 2007 e mundial de 2005?

Pois é.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Outra notícia

O Cafu acertou um cruzamento. E foi gol - do Túlio italiano Inzaghi.
Rasteiro, reto e de uns dois ou três metros, no máximo. Mas já é uma notícia espantosa.

Baixinho e Careca

Foi um tônico capilar. Um amigo meu que, bem mais novo, começou a perder os fios, contou que recorreu a um desses e os cabelos pararam de cair. Em compensação... Resumindo, não é exatamente o que se pode chamar de substância estimulante. Pelo menos, não para certas coisas.

Uma notícia, de fato

Enfim, uma notícia relevante sobre a participação de Romário no Campeonato Brasileiro de 2007. O SporTV acaba de noticiar que ele caiu no antidoping. A substância ainda não foi divulgada.

Do que precisa um bom goleiro?

Meu colega de blog, Cid Boechat, considera o Felipe, do Corinthians, o melhor goleiro do campeonato. É pena que ele não montou sua seleção própria e postou também, mas só há um motivo para eu não ter escolhido o Felipe também: ele não conseguiu salvar o Corinthians do rebaixamento.

Se conseguisse, seria o segundo herói da resistência - o primeiro, indubitavelmente, seria Paulo Baier, o Martin Palermo brasileiro. A defesa que ele fez em uma cabeçada a queima-roupa no último jogo, 1 a 1 com o Grêmio, no Olímpico, foi, na minha opinião, mais difícil que a eternizada de Gordon Banks na cabeçada de Pelé (Copa de 1970, Brasil 1 x 0 Inglaterra), porque naquela o 'rei' apontava, com seu salto para onde iria cabeçear. Na do Grêmio, a cabeçada foi para o lado oposto.

Mas não foi suficiente. Além disto, Felipe se tornou tricampeão em rebaixamentos, após cair em 2004, com o Vitória e em 2005, com o Brasiliense do Luiz Estevão. E um bom goleiro precisa de sorte. Felipe, até agora, tem sido pé-frio.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Amarelinha do Amarelinho

Daqui a pouco, a CBF divulga a seleção oficial do Brasileirão. A minha é essa aqui:

Bruno (Flamengo)
Léo Moura (Flamengo)
Breno(São Paulo)
Thiago Silva (Fluminense)
Kleber (Santos)
Hernanes (São Paulo)
Ibson (Flamengo)
Thiago Neves (Fluminense)
Valdivia (Palmeiras)
Kleber Pereira (Santos)
Acosta (Náutico)

sexta-feira, novembro 30, 2007

Cinco minutinhos de alegria

Leia nos posts abaixo:

- A Fonte é nova. As desculpas, velhas
- O que os portugueses devem a Felipão? Um vice pra Grécia???
- Blatter, a azzurra auriverde e a Espanha que não amarela
- Personalidade do goleiro rubro-negro em entrevista ao JB
- Futebol sem arte nas eliminatórias

A fonte é nova. As desculpas, velhas


O torcedor baiano foi feito de bobo, sem acento circunflexo no último O. A despeito dos corpos derramados pelo vão de 17 metros aberto na arquibancada da Fonte Nove, o superintendente de Desportos do Estado da Bahia, Raimundo Nonato Tavares da Silva, disse que “a estrutura [da arquibancada] é ótima, muito boa” e que, em setembro, o laudo de uma empresa apontou “algumas poucas coisas”, que já estariam sendo reparadas.

Seu chefe, o desgovernador Jaques Wagner (PT) afirmava, menos de um mês antes da tragédia, afirmava, em um programa de rádio oficial do estado da Bahia, que “já reformamos a Fonte Nova; ela só podia ser ocupada em 25%, hoje já tem 100% de ocupação”. Para ele, a fonte era realmente nova.

Os autos enviados pelo Ministério Público Estadual à Justiça desmentem a dupla nada dinâmica. Na avaliação técnica referendada pelo MP, a Fonte Nova deveria era ser interditada.

Preguiça ou que outro motivo fizeram com que ignorassem o pedido do MP desde o início do ano, quando o atual governo assumiu o cargo? As mesmas dúvidas valem para o antecessor Paulo Souto (ACMFC) e seu secretário Marcus Cavalcanti, já que o pedido do MP foi feito em janeiro de 2006, mas os atuais têm o agravante das declarações antes e depois da tragédia anunciada.

A ação civil pública ainda não foi julgada pela 2ª Vara Especializada de Defesa do Consumidor, mas ignorar uma avaliação técnica que apontava o risco da tragédia sob este argumento é assumir que cuidados pela segurança dos torcedores só serão tomados se a Justiça mandar. Trabalhar direito, só obrigados.

Canta o jingle do programa oficial Conversa com o Governador:

“A Bahia já caminha diferente, lado a lado com a sua gente; seu destino é crescer”

Cresceu foi o número de mortos a cada contagem dos bombeiros.

O que, afinal, os portugueses devem a Felipão?


Um vice com duas derrotas em casa para a Grécia, a incapacidade para vencer a Inglaterra na Copa de 2006, mesmo com um homem a mais, e, agora, a classificação para a fase final da Euro 2008, em um heróico empate com a gloriosa seleção da Finlândia – depois de um magnífico 1 a 0 sobre a.... Armênia!

Estes foram os legados que Felipão deu à seleção portuguesa até o dado momento. Há quem consiga comemorar vice enfrentando os gregos na final, como há quem ache que o bolsa-família prove um alto “desenvolvimento humano”, mas o fato é que Portugal já jogou bem melhor em tempos recentes ou mais ou menos recentes, como no campeonato europeu anterior, em que tinha perdido na semifinal para a França de Zidane – e não para a Grécia, referência tão forte no futebol quanto o Brasil na filosofia.

Quem souber o que o brasileiro tanto acrescentou a Portugal, além do soco (errado) no jogador sérvio, conte. Nos jogos dos lusos, não se vê nenhuma evolução em relação à era pré-Scolari.

Blatter, a azzurra auriverde e a Espanha que não amarela


Declarado antes do sorteio para as eliminatórias, o medo
do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de que “as próximas Copas do Mundo podem ter uma enxurrada de seleções repletas de brasileiros naturalizados” já tem sua mais clara tradução nas quadras. Vice-campeã mundial e européia, a seleção italiana de futsal é composta exclusivamente por brasileiros naturalizados, entre os quais alguns que chegaram a jogar pelo Brasil em amistosos ou em seleções de base, como o pivô Vinícius Baccaro e os alas Seco e Saad – não chegando a compor o time principal em competições, eles puderam defender a azzurra.

De italiano mesmo, só o técnico Alessandro Nuccorini, que enfrenta pressão de atletas e jornalistas locais para convocar jogadores nascidos na Itália sob o argumento de que o que ele quer é ganhar. Infelizmente (ou seria felizmente?), após conquistar em casa o Europeu de 2003, a Itália mais pareceu o Vasco da Gama, habituando-se a ganhar o vice, tanto no Mundial de 2004, quanto no continental recém-disputado em Portugal – em 2005, na República Tcheca, ficou em terceiro.

O Flamengo da Itália passou a ser a Espanha, atual bicampeã mundial e que conquistou, no domingo, seu quarto campeonato europeu, dos seis promovidos desde 1996 pela Uefa, vencendo-os por 3 x 1 - o primeiro dos espanhóis foi um golaço, que vale conferir. Embora tenham dois brasileiros naturalizados – o pivô Marcelo e o ala Daniel –, eles têm tradição própria desde os anos 80, quando, em Madri, enfrentaram Brasil na final mundial do antigo futebol de salão – com a ridícula proibição de gols dentro da área. Perderam (3 x 1), mas seguiram formando jogadores. Um dos vice-campeões daquela Mundial, Javier Lozano, se tornou técnico e à beira da quadra, conquistou duas vezes o título do qual, como jogador chegara perto.

Em quadra, a Fúria faria jus ao apelido que não honra nos gramados, não fosse a björniana frieza de seus jogadores. Chegam a lembrar a Itália dos campos, porém com mais jogadas bonitas. Seus lances mais fortes, porém, são os de bola parada e a exploração dos erros adversários. Assim, por exemplo, viraram em 2000 contra o Brasil, que estourara o limite de faltas, em dois tiros livres sem barreira. E empataram a semifinal
deste último europeu contra Portugal, após estarem perdendo por 2 a 0 até os 16 do segundo tempo. Ao contrário dos campos, nas quadras, a camisa deles é que parece pesar sobre os rivais.

Culto à personalidade


Quem quiser descansar das vazias declarações politicamente corretas da maioria dos jogadores bem treinados por seus assessores de imprensa – no fundo, uma forma de fugir da responsabilidade pelo que dizem –, deve ler a entrevista do goleiro rubro-negro Bruno ao Jornal do Brasil de domingo
.

No pingue-pongue com o repórter Luciano Cordeiro Ribeiro, o guarda-metas da Gávea não se esquiva de falar sobre como o ex-treinador Ney Franco “não estava conseguindo arrumar o sistema defensivo”, diz que não se arrepende de driblar atacantes adversários e fala abertamente sobre o que pensa de outros goleiros.

Bruno seria facilmente tachado de “desrespeitoso” por quem classifica assim até dribles mais ousados – porque, no fundo, na gosta de futebol. Mas não é nada disso. Ele diz o que pensa e, sem de fato desrespeitar ninguém, aponta – corretamente – falhas em determinadas situações.

Futebol sem arte


O título europeu conquistado em 2004 graças à incompetência de seus adversários, em especial dos portugueses, segue gerando dividendos aos gregos. Como cabeças-de-chaves nas eliminatórias para a Copa de 2010, ganharam como principais adversários serão... Israel e Suíça, Ou seja, outras duas seleções do terceiro time do velho continente.

Menos mal que não nenhum há disparate tão gritante quanto pôr França e Itália (como nas eliminatórias da Euro 2008) ou Alemanha e Inglaterra (nas da Copa de 2002) no mesmo grupo.

A dor de cabeça deve acabar ficando mesmo por conta dos ingleses, que enfrentaram novamente os croatas, seus algozes na eliminação da fase final do torneio comtinental do ano que vem. Com uma seleção que não joga nada junta há muito tempo, a Inglaterra tem seu Troféu Abacaxi para os goleiros Carson
e Robinson, que foram o fiel da balança com os frangaços que soltaram, nas duas derrotas para a Croácia.

Portugal se continuar jogando essa bolinha em que sofre para empatar com a Finlândia em casa, também é capaz de se complicar com escandinavos com mais jeito pra coisa, como seus adversários suecos e dinamarqueses.

Na Ásia, o destaque vai para as duas coréias que se enfrentam logo na primeira fase. É daqueles jogos que, costuma-se dizer “não termina com 22”.

Voltando a este estranho país ao sul, se nosso guia fosse o técnico da seleção, diria que as vaias no Morumbi foram armadas pela enorme torcida uruguaia.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Nova? Só se for no nome

Ah, Brasil, o país onde não fazem nada até que dê merda. E aí, cedo ou tarde, dá merda.

Em mais um escândalo nacional, o Estádio da Fonte Nova, em PÉSSIMAS condições de conservação, cedeu em parte da arquibancada e matou 7 pessoas no jogo do Bahia.

Não deixem de ver, no G1, as inacreditáveis fotos do estádio. Quem liberou-o para jogo? Quem é o responsável que vai pagar por isso?

Perto da Fonte Nova, Rua Bariri é Engenhão.

sábado, novembro 17, 2007

Stronzo calccio

O Milan, que o Cid definiu como time mais chato do mundo, só poderia ser italiano. Alguns de seus jgadores mais irritantes - e violentos -, como Ambrosini e Gattuso, compõem a seleção da "bota".

E o espírito é o mesmo. A Itália quase nunca joga nada. A Itália quase sempre ganha os jogos. Foi assim que a azzura, atual campeã do mundo, se classificou para a fase final da Eurocopa do ano que vem, vencendo a Escócia por 2 a 1, fora de casa.

Após fazer 1 a 0, tocando a bola e errando lançamentos sem demonstrar nenhum interesse além de esperar o jogo acabar, os italianos tomaram um (merecido) gol de empate e passaram a ser dominados por uma Escócia bipolar, capaz de, nesta mesma eliminatória, vencer os dois jogos contr a França e ser o único time capaz de perder da Geórgia, além das alternativíssimas Ilhas Faroe.

Os escoceses, com sua mistura de futebol e rugbi, continuaram atacando e vereciam vencer, quando foram eliminados com uma cabeçada de Panucci - até então, o pior em campo -, na cobrança de um totalmente sonolento Pirlo para uma falta invertida - cometida por um jogador da Itália, atribuída a um da Escócia.

Esse talento para tornar irritante qualquer jogo que disputa e, ainda assim, vencer que torna a seleção da Itália a mais chata do planeta.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Ele sabe o que diz

O presidente do Sport Recife, Milton Bivar, tem toda a razão ao negar que seu clube vá dividir com o Flamengo - que hoje completa 112 anos - o título brasileiro de 1987.
Para dividir, ele, primeiro, precisaria ter um.

Começou o duplo sentido

"É jogo duro?", questionou, agora há pouco, o apresentador do Arena SporTV Cleber Machado.

"O Peru já demonstrou (...) que tá fora", respondeu o repórter André Rizek.

Pano rápido.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Ai, que preguiça...


Achar que o Fluminense teria facilitado a vida do Palmeiras na partida de water polo disputada há pouco no parque Antárctica, com 1 a 0 pro time da casa, seria tão leviano quanto dizer que o Flamengo deixou o Bahia ganhar em 96 pro Fluminense sofrer o queria o primeiro de três rebaixamentos seguidos - feito único até hoje no campeonato brasileiro.

O que aconteceu é aquela "motivação" toda de time que não tem mais chance de rebaixameto, já está na Libertadores, véspera de feriado, coisa e tal... No início, o tricolor ainda apertou a marcação na saída de bola do adversário, com a ajuda das poças formadas pela chuva torrencial que castiga São Paulo. Mas depois, tal qual Macunaíma, bateu aquela disposição toda de funcionário público com estabilidade e todos os benefícios possíveis - e impossíveis.

O Palmeiras chega a quarto e se firma na zona de classificação para a Libertadores e o maior adversário do Fluminense, o Flamengo em terceiro, permanece nela - ambos com 58 pontos, mas o rubro-negro com um gol a mais de saldo. Qualquer que seja o resultado de quem se classifica para o torneio continental, o Fluminense não tem nada com isso. Simplesmente jogou desmotivado e, muito por conta disso, mal. Nada além.

PS: não fosse Fernando Henrique, poderia ter sido mais.

E vice-versa

Muito mais, aliás, Cid...

Como o Fluminense já está na Libertadores e, portantom sua presença no G-4 não faz diferença nenhuma, todos os que tiverem juízo entre 14,4% dos torcedores do futebol brasileiro, ou seja, rubro-negros, hoje são tricolores desde criancinha contra o Palmeiras, adversário direto na briga por uma vaga no único campeonato que importa no continente - Copa Sul-americana é mero torneio de consoloção.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Tricolores deveriam torcer para o Flamengo

Reza a lenda do futebol que a seleção Alemã, na Copa de 74, foi fria o suficiente para perder propositalmente o jogo contra a Alemanha Oriental por 1 a 0, assim evitando cair no grupo de Brasil e Holanda na segunda fase da Copa. Isso, é bom lembrar, jogando em casa, para sua torcida.

Os germânicos escaparam de um grupo mais forte e só foram enfrentar - e vencer - o bicho-papão da Laranja Mecânica na final da competição. Tudo em nome do título.

Segundo pesquisas na internet e nas comunidades do clube no Orkut, a maioria dos tricolores torce para que o time perca para Santos e Palmeiras e evite que o Fla vá para a Libertadores, vingando-se assim de outra notória lenda do futebol: de que o Flamengo entregou um jogo, em casa, para o Bahia no Brasileiro de 96 (1x0 Bahia), o que acabou "rebaixando" o Fluminense.

Não deixa de ser fato que a escalação do Flamengo para aquele jogo foi estranha, a começar pelo goleiro, que era a 3a opção do clube. Também é fato que o técnico do urubu na época, o mesmo Joel de hoje, tinha saído do Flu de forma turbulenta no ano anterior e dizia que o clube "lhe devia dinheiro". Assim como o rubro-negro, sua torcida e seu presidente, Kleber Leite, se ressentiam ainda da amarga derrota no Fla-Flu decisivo de 95, o lendário jogo do gol de barriga.

Mas mesmo assim, e mesmo que o Flamengo tenha entregue o jogo, o Flu caiu por sua própria ruindade, além de ter sido vastamente prejudicado pelas arbitragens (não por acaso contaminadas pelo caso 1-0-0 do Ivens Mendes). Não foi o Fla que derrubou o tricolor, assim como, se o Flamengo não for à Libertadores, deverá isso ao seu ridículo desempenho fora de casa no Campeonato (com 3 vitórias em 18 jogos), digno de corar torcedor do Olaria. Perder pro Palmeiras e pro Santos pode não adiantar nada.

Voltando à frieza germânica. Caros tricolores, pensem rápido: onde é mais fácil o Fluminense pontuar: jogando com o Flamengo no Maracanã ou com o Grêmio no Olímpico? E com o Palmeiras no Palestra? E com o River Plate no Monumental?

Os números não mentem: nos últimos 12 Fla-Flus foram 6 vitórias tricolores, 4 empates e apenas 2 derrotas. Por outro lado, o Fluminense não ganha do Grêmio desde 2005, quando venceu por 1x0 no Olímpico. Contra o Palmeiras é ainda pior: não ganha desde 2001, quando meteu 6x2 lá no Palestra.

A Libertadores é uma competição de jogos ida-e-volta, em sua maioria no mata-mata, e ter o privilégio de enfrentar um adversário em duas partidas num campo neutro é infinitamente melhor do que jogar fora de casa. Claro que Fla-Flu é Fla-FLu, o clássico mais imponderável da Terra, mas pensando com a mais pura frieza alemã, dos que ainda têm chance de Libertadores no Brasileirão, o Flamengo é o melhor candidato que um tricolor pode querer para uma vaga.

Que o Flu faça o possível para vencer. Para os que ainda querem "vingança", tudo a seu tempo. Kleber e Joel podem pagar depois.

terça-feira, novembro 06, 2007

Pobre é foda


"vou chorar e o caralho se ele voltar"

A frase é do meu primo, tricolor doente, e a notícia, uma posível volta do centroavante Magno Alves. Lembram?

Só para pesar, no Inter, quem voltou foi o Nilmar.

segunda-feira, novembro 05, 2007

O tempo é hoje

Tudo bem que o Paulinho da Viola é vascaíno, mas o tempo do Flamengo também é hoje. Ao invés de reivindicar (ê palavrinha mais sindicalista...) um título que todos os seus torcedores comemoraram há 20 anos - com o coro daqueles que se juntaram contra o fim da ditadura arenista da CBF no Campeonato Nacional de mais 40 clubes medíocres de todo o país -, poderia se preocupar em tentar vencer o Cruzeiro.

Além da moribunda CBF, só quem concordou com o campeão brasileiro de 1987 e o vice disputarem o título com os da 2a divisão foi o Eurico Miranda, (mal) escolhido para representar os Clube dos 13 em uma reunião. Faz tempo que ele gostava de segundos...

Falando em Eurico, o Sport é tão campeão brasileiro de 1987 quanto o Americano, do cahapa dele Caixa D'Água, vencedor do módulo azul (terceirona) daquele ano e quanto o Fluminense é de 1999.

Voltando a 2007, o Fla tem com que o se preocupar do que com o que já ganhou em campo. Pior do que viver de passado é disputar no passado.

terça-feira, outubro 23, 2007

Vasco ou Botafogo?

Se Hamilton fosse um time de futebol, ele seria o Botafogo (quase campeão) ou o Vasco (vice)?

***

Aliás, sobre o Vasco e o seu novo técnico interino, Romário, muitas piadas já foram feitas, mas duas questões o impedem de ser efetivado no cargo:

1)Ele teria que aparecer todo dia em São Januário. Técnico não pode ficar fazendo "teste físico" em casa.

2)Ele teria que ficar concentrado junto com o time, coisa que ele não deve fazer desde a última vez que jogou pela seleção. Concentração só é legal pra levar umas vagabundas pro quarto e dar balão na esposa.

Uma coisa era certeza: os treinos pela manhã no Vasco seriam abolidos.

sábado, outubro 20, 2007

Bandeirada para o gato mestre


Na iminência do primeiro campeonato de Fórmula I concorrido, com quatro candidatos reais ao título durante o ano e três até a última prova, em Interlagos, o Papo de Arquibancada entrevistou quem entende do assunto. Rodrigo Mattar, 35, mais conhecido como Mãozinha nas hostes ecoínas, fez a voz do gato mestre (lembram?), com seus improváveis e engraçados futebolísticos, e é comentarista de automobilismo do SporTV. O mais curioso é que o cara não dirie. Mas saca um bocado. Segue o papo com o camarada:

O Felipe Massa, sendo pole, ganha a corrida? E o Hamilton (107 pontos), largando à frente dos concorrentes (Fernando Alonso, 103, que busca o tricampeonato e Kimi Raikkonen, 100), vai fazer o quê para ser (o primeiro estreante) campeão? E o Felipe, leva de novo o GP do Brasil?

O Massa, se não fizer besteira, ganha a corrida, porque o Hamilton não vai ser burro de tentar ultrapassá-lo, porque correria o risco de bater e sair da corrida, que seria tudo o que o Alonso e o Raikkonen querem. O Hamilton vai ficar fazendo, como dizemos eu, Lito (Cavalcanti, tambem comentarista) e Reginaldo (Leme), " marcação homem-a-homem" no Raikkonen e no Alonoso, que vai ter uma missão muito mais difícil aora, que ficou em quarto, atrás do Raikkonen e do próprio Hamilton na largada. E nem vai ligar pro Massa [que, com 86 pontos, não tem chances de alcançá-los].

O que contribuiu mais para a posibilidade de o Hamilton ser o primeiro estreante campeão da Fórmula I? Ele que é realmente excelente ou qualquer bom piloto que pegasse a McLaren disputaria o título?

Não, ele é muito bom. Ele é surpreendente e pode ganhar de uma forma inédita, mas não dá para dizer que qualquer piloto bom ganharia a McLaren, tanto por ele ser realmente muito bom piloto, quanto por ser cria da equipe. Um alemão, por exemplo, poderia ter o apoio da Mercedes [que faz os motores], mas não da equipe como um todo, até porque ele é cria da McLaren, além de ser inglês. Tanto que isso surpreendeu o Alonso, que queria o De La Rosa (tamém espanhol) como segudo piloto e até pensou "ah, esse garoto é novo, não vai se meter", mas se deu mal nessa, quando viu os resultados. Acho até que o próprio Hamilton se surpreendeu.

O Alonso é bem brigão, não é?

Ele tem um temperamento difícil, mas neste caso tinha razão, porque foi chamado pela McLaren para ser o número um e, depois, eles colocaram um piloto inglês, da casa, e não deram o tratamento que ele esperava

Puxaram o tapete, de certa forma?


Sim. Até por isso, ele foi quem entregou o esquema de espionagem da McLaren, uma vez que recebeu as informações por e-mail.

E o Alonso, ganhando duas vezes com a Renault não tinha chance de ganhar de novo?

Não, porque a FIA estabeleceu pneu único para todas a equipes. Então, a Renault, que tinha o melhor pneu, da Michelin, perdeu, porque a Michelin se recusou a entrar nessa concorrência por um único pneu e saiu da competição. E a Renault parou de ter esse diferencial positivo.

O que você pensa dessa proibição?

Cara, é uma burrice, porque, primeiro, as equipes investem US$ 13 bilhões por ano com patrocínios e publicidade. Tirando os vários fabricantes de pneus, é menos um. Segundo, porque a guerra tecnológica sempre uma das características que dão graça, competitividade à Fórmula I. É besteira tirar isso.

As chances do Hamilton ser campeão aumentam em quanto com ele largando à frente dos dois concorrentes?

Eu diria... Em, pelo menos, uns 20%. Se ele não fizer besteira e não tiver problemas com o carro, o que é pouco provável, ganha, até porque é muito difícil ultrapassar hoje em dia na FI.

O que tem ele e o que têm o Alonso e o Raikkonen para tentarem erguer o troféu?


Olha, mais uma vantagem pro Felipe Massa ganhar a corrida de Interlagos é que a pista tem muitas retas e o carro da Ferrari anda melhor nelas, mais rápido. O que favorece a dificílima missão do Raikkonen também. Ele [Massa] teve problemas neste ano em pistas mais complicadas e cheias de curvas, como em Mônaco e na Hungria. O carro da McLaren não andou tão rápido, mas foi muto mais regular, então você pode ver que os erros do Alonso e do Hamilton foram deles próprios. O Hamilton só não ganha se fizer besteira ou tiver azar demais. O Alonso, se ganhar, o que está difícil, precisa torcer para o Hamilton estar duas posições atrás e o Raikkonen precisa de uma combinação monstra de resultados, é muito, mas muito difcíl...

O Felipe Massa foi prejudicado por problemas da equipe? Ele pode ser campeão, na sua opinião, no ano que vem?

Sim, a Ferrari apresentou problemas, como no câmbio ou na troca de pneus, problemas que a colocaram atrás da McLaren, que não corre tanto nas retas, mas foi muito mais regular. Como piloto, ele é bom, mas precisa melhorar o desempenho na chuva. Não digo para chegar ao nível do Senna, porque é complicado pilotar na chuva tão bem quanto ele, mas para, neste ponto, chegar ao nível do Hamilton, do Raikkonen e, notadamente, do Alonso, que o ultrapassou no GP da Europa porque estava chovendo e, então, correu muito mais, de forma que o Massa não teve como segurar e foi, indiscutivelmente, ultrapassado. Mas, melhorando esse ponto, ele compete para ser campeão no ano que vem sim.

E o Nelsinho Piquet? Ele corre ano que vem? E vinga? Podemos ter dois brasileiros novamente brigando pelo título, como Senna e Piquet??

Acho que sim. Com boa chance da Williams, que não é mais aquele super carro de 15, 20 anos atrás, mas vai competir para ser a quarta equipe da temporada e parece que ele é realmente bom.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Não, a Copa não começa domingo.

Esqueça a conversa da máquina propagandista da TV: no campeonato de pontos corridos nem todo jogo é uma decisão e nem a Copa do Mundo começa domingo. O que começa são as eliminatórias, o "1o turno" delas, na verdade.

Claro, não vamos pra Copa se não passarmos pelas Eliminatórias, mas considerando o nível dos adversários sulamericanos, Brasil e Argentina tem OBRIGAÇÃO de assegurar sua vaga. Nem mesmo o Dunga escalando Afonso e deixando de fora bons jogadores só porque eles não jogam no exterior (João Pequeno já citou alguns mais abaixo) pode complicar essa vaga.

Então saia, vá ao cinema, passeie pela orla no horário de verão. Domingo o time da CBF (anteriormente conhecido por "Seleção Brasileira") vai cumprir tabela. Copa mesmo, só em 2010.

***

Aliás, divulgo aqui uma sugestão de um colega meu de trabalho: a seleção se tornou uma coisa tão distante do brasileiro, jogando sempre fora do país e com jogadores que atuam no estrangeiro, que não haveria nada de errado se ela sediasse logo suas partidas pelas Eliminatórias na Europa. Até por uma questão de logística: facilitaria os translados dos atletas, já que todo mundo joga lá.

terça-feira, outubro 09, 2007

Tema de três cores


É uma pena que o Fluminense, atual campeão da Copa do Brasil, não tenha jogado o Brasileirão com o interesse que o campeonato e sua torcida merecem.

O mais curioso é que o time resolveu jogar bem na reta final da competição, quando o campeão será o São Paulo e não resta ao tricolor nada mais a disputar.

No Fla-Flu, como havia feito há 15 dias contra o Botafogo, o Flu jogou atento e determinado. Precisou de meros 4 minutos (1 no primeiro tempo e 3 no segundo) pra matar o jogo em 2x0 e calar a antes empolgada torcida do Flamengo.

O Tricolor, mais do que o "melhor do Rio" de 2007, será também, pelo que tudo indica, a Cidade Maravilhosa na Libertadores 2008. Vasco e Botafogo não parecem ter forças de reagir, e o "Fla-Bebel" (que sai e entra na "zona" sem parar), com a derrota, ficou a 11 pontos do primeiro classificado para a Libertadores. O jogo remarcado entre Vasco e Flamengo, que contece dia 18, será fundamental para definir o que cada clube ainda aspira nesse campeonato.

Ainda sobre o Flu, o time precisa de reforços em todos os setores se quiser jogar a Libertadores com mínimas chances: Somália é risível, Fernando Henrique é frangueiro, Alex Dias é ex-jogador em atividade e Junior César é extremamente irregular.

Mas há qualidades inegáveis: a zaga é estupenda. Luiz Alberto está em ótima fase e Thiago Silva é o melhor jogador em atividade hoje no Brasil. Pronto, falei. Não será Bola de Ouro porque é zagueiro.

O outro Thiago, o Neves, é uma das mais gratas surpresas do CB 2007. Se não mascarar, tem tudo pra fazer uma bela Libertadores. Jogadores em sua posição estão em falta no Brasil.

Se o Flu comprar bem, dispensar e contratar com critério (o que não é de seu feitio, convenhamos) pode, sim, sonhar em 2008 com dias ainda melhores, sepultando de vez sua má fase de 11 anos atrás - que só realmente importa, a esta altura, para os arqueólogos do futebol: viúvas de craques do passado que, apesar de não serem o Luciano Vianna, também só vivem em função dos (longínquos)Anos 80.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Tema de três técnicos

Vanderlei acerta

Vanderlei Luxemburgo deu bons toques há pouco no programa Bem, Amigos, do SporTV. Entre outras, condenou treinadores de divisões de base que escalam times com três zagueiros porque assim, segundo ele, o jovem aspirante acaba não aprendendo a jogar em sua função como ela é normalmente – em dupla. E ainda pediu que as categorias de base passassem a ser treinadas em campos menores, “para o garoto tocar mais na bola”.

De acordo com Luxemburgo, que exemplificou com Maradona – criado em peladas de rua – e craques que vieram do futsal, como Ronaldinho Gaúcho, quanto mais o adolescente toca na bola, mais intimidade ele cria. Enquanto que jogando em um campo comum, mas sem o mesmo tamanho de um adulto, esse contato diminui consideravelmente. Ele tem razão. Lembro que, longe de ter categoria para sonhar em ser um profissional, nunca gostei muito de jogar campo – só salão e, no máximo soçaite – justamente porque tocava na bola o tempo todo.

Sem compromisso com o erro

Ainda que por linhas tortas – até colocar o volante Túlio de técnico foi cogitado –, o Botafogo acertou ao trazer Cuca de volta. Persistir no erro de trocá-lo por Mário Sérgio seria burrice, simplesmente porque Cuca já mostrou que é bom técnico. Mário Sérgio, até agora, nos times por que passou, tem mostrado exatamente o contrário...

Nunca é demais lembrar que fim levou o Fluminense em 1996, ao improvisar o então jogador Renato Gaúcho – hoje, de fato um treinador – na função. Conseguiu o título, até agora, inédito no Brasil, de três rebaixamentos consecutivos, castigando uma virada de mesa naquele mesmo ano para permanecer na zelite.

Muito mais simples que um nó

Falando em Renato, em errou ao dizer que o Fluminense venceu o Flamengo porque deu um “nó tático” no rival, anulando os laterais e se apoderando, ironicamente, do termo criado pelo treinador rival, Joel Santana, há exatos 10 anos. Quem viu o jogo sabe que uma das melhores chances de empate do rubro-negro surgiu justamente de um avanço de Leonardo Moura, em que um beque tricolor quase fez contra ao cortar. O Flu ganhou porque fez um gol logo no começo, obrigando o Fla a se jogar ao ataque – se cansando com isso – e outro no início do 2º tempo, matando a chance de reação. Simples assim.

quarta-feira, outubro 03, 2007

A idade da bola

Dunga disse à Fátima Bernardes que não convoca o Dodô porque ele já tá meio velho, na casa dos trinta, para uma seleção que ele forma visando a Copa de 2010. Beleza? E o Gilberto, que tem a mesma idade? E o Leandro Amaral? E o André Lima, que é bem mais novo? E os laterais do Flamengo? Algum torcedor rubro-negro trocaria, em são consciência Juan e Leonardo Moura por Gilberto e Maicon? Eu, não...

domingo, setembro 30, 2007

Baixou o Botafogo na seleção feminina

Nada menos chocante do que a derrota do Botafogo para o River Plate tomando os três gols que os argentinos precisavam fazer para se classificarem em meros 20 minutos. Depois da perda do estadual para o time inferior do Flamengo, da velocidade terrível de sua queda no Brasileiro, que iniciara como favorito, não há dúvida de que o alvinegro honrou sua tradição de cachorro vira-lata. O Botafogo nunca foi tão Botafogo.

Já na seleção feminina, parecia que a amarelinha serviria para não amarelar, agora que temos a melhor do mundo e passamos fácil pelas americanas, que já foram the big ones. Mas depois de um 2 a 0 pra alemãs e do pênalti perdido por Marta, que eliminou o espírito de tentar buscar a reação, a disputa figurada entre os times de homens pela camisa 10 não deixa muito ainda a se decidir: Nem Flamengo, nem Corinthians. Hoje, Marta é Fogão.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Em choque

Ainda me é difícil analisar a inacreditável eliminação do Botafogo da Taça Sulamericana. O fraquíssimo time do River se superou e venceu por 4x2, com um jogador a menos, fazendo gol no último minuto de jogo.

A partida foi sensacional. A melhor do ano. O Botafogo, mesmo com um jogador a menos, empatava por 1x1. O River teve um jogador expulso e logo depois Dodô marcou 2x1. Os argentinos então teriam que fazer então improváveis 3 gols. Fizeram, aos 47 do segundo tempo.

Não sei o que será de Cuca agora, acho que ele cai e o time do Botafogo ou se enche de brios (duvido, não fez isso o ano todo) e reage, ou se arrasta até o fim do ano.

Um jogo histórico, que ficará na história do River Plate pra sempre. Partida daquelas que fazem o futebol ser o esporte mais popular do mundo.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Leão ruge, Falcão voa

O exemplo dado foi o de Garrincha, mas o craque do futsal Falcão já manifestou, como não poderia deixar de ser, a favor de Kerlon. A ala do Jaraguá é o melhor atual de jogador que seria tirado, no caso, das quadras, caso dribles inventivos fossem punidos com "um chute veloz na cara", como o Leão rugiu que "teme".

No reino animal da bola, o Leão ruge, mas o Falcão é quem volta alto.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Apologia à porrada no reino animal


Sayyd Qutb, chefe da Irmandade Muçulmana, ícone do terrorismo sob desculpas religiosas, dizia que “O Islã não obriga ninguém a aceitar sua fé (...) O que pretende é abolir os sistemas políticos opressores sob os quais as pessoas não têm o direito de expressar sua liberdade de escolher em que acreditar, dando-lhes assim plena liberdade para decidir se querem ou não aceitar os princípios do Islã”. Precisa especificar o que ele defendia para quem não aceitava?

Neste domingo, 16 de setembro, o técnico do galo, Emerson Leão, declarou que não deseja mal a Kerlon, atacante da arqui-rival raposa, que aplicou o drible da foca – equilibrando a bola – para passar pelo atleticano Coelho, que lhe deu, então, uma cotovelada e foi, justamente, expulso. O Cruzeiro vencia o clássico por 4 a 3 e o placar permaneceu assim até o final.

“Temo no futuro, ele ficar fora de muitos anos, se um dia estiver fazendo isso e tomar um chute veloz, grave no rosto, e depois nunca mais jogar. Eu torço para que isso não aconteça nunca”, disse Leão.

Guardadas as devidas proporções em termos de gravidade, a torcida de Leão é igual à liberdade de Qutb, sem condenar em meia sílaba a covardia, somente a provocação da qual ela seria conseqüência inevitável. A culpa pelo estupro é sempre da minissaia.

A jihad contra a inventividade no futebol é tão nova quanto usar Deus como desculpa para matar, torturar e mutilar órgãos sexuais femininos. Quando Edílson comemorou, ainda em campo, fazendo embaixadinhas, o título paulista do Corinthians em 1999, virou alvo de pancada dos adversários palmeirenses e de adversários do futebol – comentaristas alinhados com a porrada, que, felizmente, não existiram a tempo de ‘temer’, no sentido Leão da palavra, que algum beque quebrasse as pernas tortas de Mané Garrincha.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Antes da hora



Está escrito, podem ler aqui. Em 23 de Julho este blog dizia que o Botafogo jogava o melhor futebol no Brasil (na época, era verdade), mas também afirmava que o time precisava ainda convencer, pois não conseguia ganhar fora de casa. Muita coisa aconteceu desde então. O Botafogo, é verdade, venceu o Atlético-MG no Mineirão, mas o time hoje é só um rascunho do que já foi. Contusões, confusões, doping, erros de arbitragem, tudo parece ter jogado contra e pode ser apontado como a causa da queda de produção. Mas o grande pecado alvinegro foi atingir o ápice muito cedo no Brasileirão. O clube começou arrasador, com um índice de aproveitamento altíssimo, mas apenas os mais fanáticos realmente acreditavam que o Botafogo manteria aquele pique durante as 38 rodadas. Nenhum elenco, por melhor que seja, mantém. E isso nos leva ao...

São Paulo é campeão?

Ao contrário do Botafogo, o São Paulo começou o Brasileiro numa tremenda meia-boca. Vinha de uma goleada vergonhosa na semifinal do Paulista, fora eliminado pelo Grêmio na Libertadores e Muricy estava por um fio. Mas o carrancudo técnico sãopaulino fez o que todo bom treinador faz com um time limitado e desarrumado: ajeitou primeiro a defesa. Fez isso tão bem que até agora o tricolor paulista só levou sete (!) gols no campeonato. O ataque não é nenhuma maravilha, mas funciona suficientemente pra fazer o SPFC ganhar os pontos que precisa. Ainda mais agora, que Dagoberto começou a jogar bola.

Pode-se dizer que o São Paulo joga feio, retrancado, é faltoso, é eficiente, é moderno, é atrasado... tudo depende do seu ponto de vista. Mas uma coisa é clara: um time que vence o Botafogo no Maracanã, o Grêmio no Olímpico, o Vasco em São Januário, entre outros grandes resultados, merece ser líder disparado. Ao contrário do Botafogo, o São Paulo cresceu na hora certa.

Longe de casa

Outro time que não joga bem fora é o Flamengo. Mas dos quinze jogos que tem pela frente, fará dez no Maracanã. Escapará do rebaixamento com folga.

Onze pontos...

...são, mais ou menos, o que separam o Fluminense de se garantir na série A para 2008. Sem chances de ser campeão, isso é tudo que ainda importa pro clube das Laranjeiras no campeonato.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Canastra suja


Além de vocês sabem o quê, Deborah Secco deve estar dando aulas de interpretação ao namorado rubro-negro Roger. A hipótese ajuda a explicar o fingimento que convenceu ninguém e rendeu ao jogador nada além de uma suspensão pelo STJD. Já o corintiano Vampeta, punido pelo mesmo motivo, mostrava tanto sofrimento ao simular uma contusão quanto ao dar cambalhotas na rampa do Palácio do Planalto.

Um camarada disse que Roger e Vampeta estavam tentando um papel na novela das oito (hoje em dia, mais pras nove...). A julgar pela atuação da dupla, no máximo arrumam uma ponta na Malhação - se bem que dizem que nisso nenhum dos dois é muito chegado, mas aí já é outro papo.

Vacilação rubro-negra


Parece até combinado. O quinto empate em cinco jogos entre Flamengo e Botafogo neste ano e a cobrança de pênalto do Souza reforça a teoria da conspiração. O mais grave, porém, foi a vaia da torcida rubro-negra na saída de Renato Augusto, que voltou, frio, após vários jogos parado.

Embora a janela de transferências para a Europa se feche nesta sexta, gato escaldado já viu este filme, com jogadores menos talentosos do que ele, como Adriano e Reinaldo, e sabe que o final não é feliz. Tempos depois, estavam lá eles, estourando na inter de Milão e no São Paulo (é, o mercado interno existe, embora às vezes pareça que não).

Ao contrário do, por título, excelentíssimo senhor presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o, de fato, excelente meia Renato Augusto não tem, especialmente dadas as condições, nenhum motivo para ser vaias.

Vaiada deverá ser a torcida do Flamengo, caso ele tenha destino semelhante aos citados.

quinta-feira, agosto 23, 2007

Árbitro ajudou o Botafogo

Será que desta vez o Botafogo vai se convencer de que não é perseguido pela arbitragem, cujos erros podem acabar beneficiando uma ou outra equipe?

O alvinegro dominou a partida e mereceu vencer o Corinthians por 3 a 1, na segundona da Libertadores, mas o árbitro Leonardo Gaciba ajudou no segundo gol.

Após anular o segundo gol de André Lima por impedimento - ambos corretamente -,Gaciba marcou falta que Fábio Ferreira fez em Joílson... depois do passe! Ou seja, o impedimento foi anterior à falta, que não deveria ser marcada, portanto.

Não deveria e foi. Na cobrança, Lúcio Flávio chutou com perfeição e fez 2 a 0.

O matador se despede

André Lima, que se despedida do Botafogo, seu time de coração, acabou fazendo o dele. Nada mais justo nem previsível para um jogador que sai do Brasileiro como artilheiro 12 gols.

Durante o amistoso da seleção, Galvão Bueno lamentava que o Brasil hoje não tem um artilheiro que meta medo, como teve por 20 anos. Segundo ele, Careca, Romário e Ronaldo (eu acrescentaria o Bebeto, na dupla com o Romário).

Dodô taí e não dá para encontrar um motivo sequer para que não seja sequer testado com a amarelinha. E será imaginar demais que, agora que vai jogar na Europa, André Lima será visto com olhos mais generosos?

O centroavante vai fazer muita falta principalmente para o Botafogo, mas também para todo o Campeonato Brasileiro, como competição.

Êêêêpppaaa...

No intervalo de Botafogo 3 x 1 Corinthians, pela segunda divisão da Libertadores (AKA Copa Sul-americana), o narrador Eduardo Moreno, do Soprtv, narra os 3 (três) gols do amistos entre Noruega e Argentina e comenta o... empate (!) de 2 a 2.

Em seguida, vem os gols do empate (este sim) vergonhoso de Portugal com a Armênia (1 a 1, Eurocopa, 1ª fase) e, se bem me lembro, Cruzeiro 1 x 0 Goiás, também pela Sul-americana.

E ninguém o corrige.

Na verdade, os argentinos não empataram. Eles perderam por 2 a 1 para os noruegueses - que, sim, dominaram o jogo.

Viradas nos amistoso europeus

Em um amistoso interessante, os alemães viraram em pleno Wembley para cima dos ingleses, por 2 a 1. Com menos mérito, franceses e espanhóis venceram adversários mais fracos, respectivamente Eslováquia, por 1 a 0, e Grécia - 3 a 2, virando o placar na última jogada. Já os atuais campeões mundiais italianos pagaram o mico da rodada de amistosos, perdendo para a Hungria por 3 a 1, em mais uma virada.

Dunga, Benítez, jogadores, vendedores de cerveja e funcionários públicos

Em uma pesquisa internética feita durante Brasil 2 x 0 Argélia, a Globo perguntava se Kaká e Ronaldinho Gaúcho devem ser titulares absolutos da seleção. A vontade da maioria pouco importa para uma análise lógica, mesmo porque uma coisa não tem necessariamente muito a ver com a outra, aliás, frequentemente, não tem nada.

A resposta fica fácil ao se comparar o amistoso, que o Brasil venceu após eles entrarem em campo, no 2º tempo, com a copa do ano passado, em que, garantidos no time, fozeram parte do apático expresso da derrota.

É a msma comparação que faz no seguinte caso: quem te atende melhor, um vendedor de cerveja que precisa cativá-lo como cliente ou um plantonista de repartição pública com estabilidade funcional?

Pois é.

Rafa Benítez conquistou dois títulos espanhóis pelo Valencia - que não levantava a taça há 31 anos - e, em seguida, fez o Liverpool voltar a ser um time de respeito na Europa, com um sistema de rodízio em que não há titulares absolutos. Além de uma esquisita equação que previa melhor rendimento físico, os jogadores sempre precisaram dar o melhor de si para jogarem mais.

Dunga, faz eles correrem atrás, que assim eles jogam bem mais.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Precoce

Amigo tricolor resolveu bancar a mãe Dinah e adivinhar qual seria o post de hoje: "Pode ir preparando a matéria do Fla-Flu: Mengão, rumo à Série B com o expert Roger". Na verdade, o Fluminense já havia sido rebaixado uma vez sem o meia, em 1996, mas resolveu virar a mesa. Coisa feia. Acabou caindo mais duas e se tornando o único clube brasileiro a ser rebaixado três vezes consecutivas. Já o meia, levantou a taça de 2005 com o Corinthians, embora tenha ficado de fora das últimas rodadas, devido a uma fratura. É, esse lance de gozar antes da hora não dá certo mesmo.

Xará

O escritor e guitarrista João Paulo Cuenca em seu blog no Globo Online. JP é meu amigo, mas não me elogia à toa - até porque sabe que eu também não.

Erramos

Aliás, errei. No post Prova de obstáculos, a creche em Jacarepaguá é, na verdade, a Nise da Silveira, e não a Gardênia Azul, embora a entrevistada more no bairro de mesmo nome. Já está corrigido, peço desculpas.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Top 5 da ressaca do Pan

Os Jogos Pan-americanos continuam rendendo assunto, inclusive, além do esporte pura e simplesmente. O Papo de Arquibancada selecionou cinco posts, começando com uma reportagem exclusiva, sobre a competição.

Leia abaixo:

- Prova de obstáculos
- Welcome to the Congo, we've got fun and games
- Cuba livre... de explicações
- Triatleta da mentira
- Medalha de ouro da imputação falsa de crime

Prova de obstáculos


Malabarismo mais complicado que os da ginástica rítmica foi o de mães com filhos em creches municipais do Rio de Janeiro e que foram avisadas, em cima da hora, de que elas fechariam durante os Jogos Pan-americanos. Opção para quem tem filhos até 3 anos e 11 meses e precisa trabalhar, as creches funcionam 250 dias por ano, contra 200 das escolas do ensino fundamental, diferença que torna comum seu funcionamento em julho, de acordo com algumas das mães entrevistadas pelo Papo de Arquibancada.

Ao todo, são 28.167 crianças nas creches da prefeitura – número ainda baixo, mesmo contando com as creches comunitárias conveniadas, que, segundo vereadores, atendem, pelo menos, a mesma quantidade. Segundo as mães ouvidas pelo blog, algumas diretoras de creches as comunicaram somente nas ultimas duas semanas antes do Pan [NR: o decreto municipal foi publicado em fevereiro].

Moradora da Pavuna, bairro na zona norte que faz limite com São João de Meriti, Célia Cotrim, 30 anos, viaja 36 quilômetros de metrô até a zona sul todos os dias com o filho Lucas, de dois, mas ao invés de saltar em Botafogo, onde trabalha como empregada doméstica, segue mais duas estações até a Siqueira Campos, em Copacabana. É que lá existe uma creche municipal, enquanto em Botafogo não há nenhuma.

Esta acabou sendo a logística mais favorável à rotina dela, já que o metrô é o único transporte direto da Pavuna para a zona sul e a creche municipal Irmãs Batista é a mais próxima de uma estação. De lá, ela segue de ônibus para Botafogo, em um percurso que soma cerca de duas horas, tempo que ainda aumentou em cerca de uma hora durante o Pan.

A demora aumentou porque Célia passou a deixar o filho com mãe, em Heliópolis, bairro de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no sentido inverso ao percurso que faz diariamente. Foram mais 40 minutos de ônibus da Pavuna até Heliópolis. Contando com a volta em direção ao trabalho, e descontando o fato de não precisando ir até Copacabana, “dá mais uma hora”, estimou. Quem já acordava às 5h30, precisou levantar antes das cinco. O motivo do recesso? “Não sei, só disseram que ia parar durante o Pan, uma semana antes”.

A Secretaria Municipal de Educação respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que as creches param todo ano em julho. As mães entrevistadas pelo blog, porém, afirmaram que não fecham obrigatoriamente, tanto que elas foram surpreendidas pela notícia do recesso durante o Pan.

A diarista Silvia, 32, por exemplo, sequer foi avisada pela direção da creche municipal Nise da Silveira, em Jacarepaguá, onde mora, mas por vizinhas que também têm filhos na creche. Sílvia não imaginava que ela fecharia “porque no ano passado funcionou normalmente nesta época e só fechou no final, um pouco antes Natal”, lembra a diarista, que, em cima da hora, conseguiu antecipar metade das férias para ficar com o filho, de dois anos.

A mesma solução acabou tendo um efeito colateral mais incômodo para Maria do Socorro Mendes, 30, mãe de Mariellen, 2, mais uma que freqüenta a Irmãs Batista, em Copacabana. Antecipando 15 dias de suas férias ao período do Pan, ela acabou desistindo da viagem que faria no fim do ano a sua cidade natal, Pinheiro, no Maranhão, onde visitaria a família. “São três dias de viagem de ônibus, seis com a volta. Para ficar tão pouco tempo [nove dias], não valeria o custo”.


Breve ‘making of’

Uma recreadora da creche Irmãs Batista, ao ser perguntada por que ela pararia durante o Pan perguntou, primeiro, se o entrevistador era “mesmo” jornalista e onde estava sua “credencial” (sic), demonstrando toda a transparência com que se trata uma informação de utilidade pública e que, portanto, deveria ser tratada como tal, a qualquer cidadão. Depois, disse que blog deveria (sic) falar das creches de outros municípios que, segundo ela, nunca funcionam no mesmo período, além de desdenhar de “muitas mães que botam filho aqui e nem trabalham”, como se a educação infantil fosse um grande favor e não uma obrigação.

Welcome to the Congo, we've got fun and games


Os 20 anos do Appetite for Destruction são a sugestão de trilha sonora para este post


Os Jogos Pan-americanos, como tantos outros subterfúgios, serviram de desculpa para a prática de um dos esportes cada vez mais popular e burro, tanto no Brasil quanto no resto do mundo: o antiamericanismo. Odiar jornalistas norte-americanos, então, virou praxe de muita nada brava gente brasileira, desde que o correspondente do New York Times falou dos (possíveis) excessos etílicos de ‘nosso guia’ e de uma (inexistente) preocupação nacional com eles.

O próprio chefe do executivo se vangloria, em tom politicamente correto, de ser o presidente brasileiro a visitar mais vezes a África, continente que também virou o nome da agência do publicitário top Nizan Guanaes. Basta, entretanto, um ianque comparar o calor carioca ao de um país africano para se desnudar a ausência de auto-ironia, no mesmo país que apelidara a capital dominicana Santo Domingo, sede do Pan de 2003, de Kubanacan – alusão a uma (péssima) novela exibida no mesmo ano.
Enquanto quadrilhas de PMs assaltavam gringos, inclusive dois policiais (!) norte-americanos, a opinião pública e a imprensa deram muito mais atenção a uma brincadeira politicamente incorreta, como se fosse muito mais grave.

Ah, Angie...

De todos os casos, o mais grave ainda foi o da jogadora de vôlei de praia Angie Akers, que precisou criar senha para acesso em seu blog, de tanto ser hostilizada ao comentar nele que jamais vira um lugar tão pobre quanto o Rio. O caminho de Angie da Vila Pan-americana até a arena do Leme passava pelas linhas Amarela e Vermelha, com favelas por todos os lados, conforme contou ao repórter Márvio dos Anjos, da Folha de São Paulo.

Dezenas de artistas brasileiros têm a parcela miserável do país como tema de suas músicas, filmes, fotografias, etc., e o governo federal chegou a ampliar a tipificação de ‘fome’ na interpretação de pesquisas para justificar seus programas de discurso salvacionista, após o IBGE tornar público que havia mais obesos do que famintos no Brasil. Na cabeça especialmente xenófoba de alguns contra cidadãos dos Estados Unidos da América, porém, é proibido que algum deles perceba a pobreza que há por aqui.

Stones para relaxar

Cuba livre... de explicações


Fidel Castro declara que os dois boxeadores que deixaram a delegação cubana durante o Pan não farão mais parte da equipe nacional apenas três dias após afirmar que eles não sofreriam represálias.

O lutador de vale tudo Ricardo Arona, que esteve com os pugilistas cubanos, reforça a estranheza com que Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux só disseram ter vontade de voltar à ilha após serem capturados, contando que eles se sentiam pressionados e temiam por suas famílias.

Não bastasse tanto mistério, ainda há pelo menos uma questão importante não esclarecida sobre a volta de metade dos atletas de Cuba no sábado à noite, em meio a rumores de novas deserções – os outros dois refugiados, um jogador de handebol e um técnico de ginástica, receberam asilo político.

Se a outra metade da delegação de Cuba voltaria somente no domingo, por que a seleção masculina de vôlei, que teria premiação na noite de sábado, não ficou neste grupo, ao contrário de dezenas de atletas que já não tinham mais nenhum compromisso no Rio e poderiam voltar naquela noite sem prejuízo à participação deles nos jogos?

É demais imaginar que algumas dessas eventuais deserções estivessem cogitadas para acontecer justamente entre os jogadores de vôlei, já que não havia nenhum outro motivo plausível para eles serem incluídos no grupo que voltou mais cedo?

Triatleta da mentira

A tese de que as vaias ao presidente na abertura do Pan teriam sido orquestradas – e puxadas por 70 gatos pingados em um Maracanã lotado –, por si só, merecia tanta atenção quanto à que morcego é rato velho que cria asa

Ela vai além disso, porém, sendo um pleno exercício da novilíngua de George Orwell em 1984. O presidente foi vaiado justamente porque a platéia não era formada por seu staff com um pelotão de correligionários, puxa-sacos e/ou beneficiados por bolsa disso ou daquilo na chamada fila do gargarejo, como em todo evento oficial, inclusive no que logo em seguida, em Cuiabá, onde a máquina do prefeito Wilson Santos – do PSDB – não deixou os manifestantes chegarem perto de ‘nosso guia’.

Lula é um triatleta da mentira. Ao insinuar que os que os vaiaram “deveriam estar aplaudindo”, por serem os que mais ganharam dinheiro (sic) em seu governo, ele consegue, em uma só frase: insinuar que somente ricos o vaiam; que todas as pessoas ricas (sic) são mercenários incapazes de se interessar por nada além dos próprios bolsos e que cabe ao presidente dizer o que as pessoas devem ou não fazer, como se fossem súditos de uma monarquia absolutista.

Medalha de ouro da imputação falsa de crime

Todo o mundo sabe da violência no Rio, inclusive da policial. Não é exagero afirmar que a violência e a corrupção policial – e dos agentes penitenciários – são, muito provavelmente, os problemas mais graves do Rio de Janeiro. A corrupção possibilita a impunidade dos criminosos, tanto os paisanos quanto os fardados ou com distintivo, que promovem chacinas e continuam soltos. Daí a querer estabelecer relação desta violência com o Pan, como nas charges em que o solzinho Cauê aparece com um fuzil, é imputação falsa de crime.

Não é demais lembrar a contradição entre uma ONG se denominar ‘Contra a Violência’ e encomendar trabalhos a um desenhista que já colaborou – fazendo charges que zombavam de vítimas do holocausto – com o governo do Irã, o mesmo que, há um mês, condenou dois jornalistas à morte. Quer mais violência e cerceamento à liberdade de expressão do que isto?

quinta-feira, agosto 02, 2007

Convulsão acoólica


O futebol brasileiro (termo usado na acepção de Fernando Calazans) é que nem o Ziraldo: nunca falha.
Alguma coisa acontece, talvez convulsão.

Se for para les bleus, então, nem se fala. Isso nunca me aconteceu antes. Antes das nove, antes de 1950, antes de... quando mesmo?

Em 1998, não importa que a Canarinho tenha chegado à final aos trancos e barrancos, perdendo para a Noruega logo na primeira fase e vencendo nos pênaltis uma Holanda que a dominou durante quase todos 120 minutos de tempo normal e prorrogação - enquanto Zidane dava ovinho sentado.

Em 2001, na Copa das Confederações, Marcos Caetano ressaltava no JB que o Brasil perdera só por 2 a 1 com o time reserva e algo como "imagine se fossem os titulares", omitindo pel menos três gols feitos desperdiçados por Anelka, que poderiam levar elevar o placar a nada absurdos 4 ou 5 a 1.

Gozado que em 2006, quando os titulares estavam lá, o mesmo Marcos deu, no No Mínimo, a esplêndida sugestão de levar o Romário para ajudá-lo a somar para o milésimo. Faria sentido. Mais uma busca por recorde pessoal casaria bem com as demais daquele esplêndido fracasso.

Agora, um ano depois, a desculpa mais velha do mundo é arranjada pelo presidente Ricardo Teixeira, dizendo que jogadores chagavam bêbados e que faltou pulso a Parreira, inclusive tendo sido este o motivo de chamar o Dunga: para disciplinar (com aquelas camisas???)

O que Teixeira não diz, entretanto, é por que nção tomou uma atitude antes da Copa. De porre estava quem se embevecia com a soberba do Joga Bonito e não via a receita do fracasso embutida naquele grupo de funcionários públicos com estabilidade.

Não é difícil imaginar o colunista Calazans perguntando a algum daqueles 11 homens de ouro se não perderam porque não jogaram "futebol brasileiro" com a resposta vindo sob efeito da sinceridade etilicamente estimulada:

"Não, mestre, pelo contrário. O que aconteceu é que nunca fomos tão brasileiros"

segunda-feira, julho 30, 2007

Charles da Cornuália


Demitir Ney Franco e contratar Joel Santana é seguir a filosofia do herdeiro do trono britânico, que trocou de mulher para ficar com a Camilla Parker-Bowles - provavelmente por patriotismo, resolveu homenagear a bandeira do País de Gales, do qual é príncipe.

segunda-feira, julho 23, 2007

O Calcanhar de Aquiles

Só o secador mais recalcado não irá admitir que o Botafogo está jogando o melhor futebol do Campeonato Brasileiro até o momento. Ontem, sem importantes titulares ( como Túlio, Zé Roberto e Dodô) o Botafogo se impôs, encarou o Sport numa Ilha do retiro lotada e arrancou um empate no último segundo de jogo. Mais uma prova de força.

Mas o que impede de se indicar definitivamente o alvinegro como pule de 10 para o título são dois fatores:

1) Seu goleiro é fraco. Júlio César não está no mesmo nível do time, é inseguro, leva uns frangos de vez em quando e não sabe sair do gol. Falhou ontem no segundo gol do Sport. Além disso, Renato Silva é apenas regular como zagueiro. Os tricolores devem ter todos se convertido ao Rastafári, pois a maconha que o tirou do Fluminense foi sagrada.

2) O aproveitamento da equipe fora de casa é relativamente baixo. O Botafogo parece não saber vencer no campo do adversário. Se por um lado só perdeu uma partida, sua única vitória fora de casa, se contarmos os clássicos cariocas como campo neutro, foi na primeira rodada, 3x2 num desfigurado Inter-RS no Beira-Rio. É pouco pra quem quer ser campeão sem ter que torcer pro tropeço dos outros.

Confira os resultados do Botafogo fora de casa:

13/05 - Inter 2x3 Botafogo
09/06 - Palmeiras 1x1 Botafogo
03/07 - Goiás 1x1 Botafogo
14/07 - Santos 3x0 Botafogo
22/07 - Sport 3x3 Botafogo

quinta-feira, julho 19, 2007

Americanas pegam o Peru

Neste momento, as conterrâneas de Scarlet O'Hara e Traci Lords estão encarando as compatriotas das visitadoras de Vargas Llosa pelo bronze do vôlei.

A Argentina é o Vasco do Brasil

O que dizer dos hermanos argentinos? Eles passaram a amarelar pra amarelinha, assim como o Vasco amarela pro Flamengo em finais. Aí é que mora o perigo. Em 2001, com o tri (e o tri-vice), e em 2004, o rubro-negro ganhou dos fregueses, achou que isso aqui tá muito bom, isso aqui tá bom demais e depois lutou para não ser rebaixado no Brasileiro.

No mesmo ano, um Brasil a meia-bomba jogou mais ou menos na Copa América e ganhou da Argetina nos pênaltis. No ano seguinte, goleou-a na final da Copa das Confederações, na qual igualmente tinha ido mais ou menos até então, perdendo pro México e empatando com o Japão com ajuda do juiz.

Em 2006, vimos o que aconteceu.

quarta-feira, julho 18, 2007

O que dizer...

...da Copa América que já não foi dito exaustivamente por outros sites? Mas é para isso que estamos aqui, pra dizer o que os outros não dizem. Pra começar, por favor não vamos entrar nessa discussão de futebol resultado x futebol arte. Ninguém cobrava da seleção do Dunga meter 9x0 com 55 bolas no meio das pernas do adversário e 10 minutos de olé. Queríamos apenas um time que jogasse bem e que não dependesse apenas de um lampejo do Robinho. Quem assistiu o insuportável Brasil x Equador sabe do que estou falando.

O ponto é: somos campeões. Jogamos bem na final? Sim. Mas em cima de quem? De uma Argentina irreconhecível, uma Argentina que carrega o peso de um jejum nas costas (como acontecia com o Fluminense até outro dia), que joga bonito mas não ganha título (como o Botafogo), que é favorita mas perde sempre na final pro mesmo adversário (como o Vasco), que a torcida acha que é o melhor do mundo, mas está muito longe disso (como o Flamengo).

Sim eles têm Riquelme, Messi, Palácios, Tevez... mas quem é o craque da Argentina lá atrás? Ayala? Se não tivéssemos feito o 1o gol tão cedo, os portenhos teriam ido tão mal na partida?

A sensação que ficou é que se jogássemos a final contra qualquer outra seleção (tá, menos o Chile) a parada seria muito mais difícil. É só comparar com os jogos contra México e (o fraco) Uruguai.

Dunga vai achar que essa formação é time pra disputar vaga pra Copa? Que Doni é goleiro de seleção? Que Afonso é mais atacante que o Dodô? Veremos. Ainda bem que as eliminatórias são longas, e teremos tempo pra corrigir impressões erradas que a conquista possa nos trazer.

quarta-feira, julho 11, 2007

Jack Bauer perde

Intrigas, esquemas Governo/TV, lavagem de dinheiro de juizes, o Universo conspirando contra um único alvo.

24 Horas? Além da Imaginação? Não, é só um choro que ninguém cala. Para quem gosta de ler uma ficção (barata?) na hora do almoço:

http://portoroberto.blog.uol.com.br/index.html

sábado, julho 07, 2007

Ana Paula

Parabéns

E obrigado

Iú-é-Sei!

Torço pra Escócia meter 3 a 0 na Costa Rica amanhã e o Renato Augusto voltar logo pro Mengão. Responsável direto pelo gol de empate do Brasil, com um belo voleio que resultou no rebote do goleiro americano (ou estadunidense, como diria um esquerdista babaca - desculpem pelo pleonsamo), foi sacado logo em seguida e o Brasil perdeu.

Não estamos acostumados a ver americanos jogar futebol direito com os pés, mas como joga o tal do Adu...

O esporte mais dificil do Pan

Será o das mães que têm filhos em creches municipais e dependem delas, porque trabalham.

Aguardem.

E boa sorte a elas.

quinta-feira, junho 28, 2007

Mistério Mexicano

O que acontece com a seleção do México, que consegue quase sempre ganhar do Brasil... e quase sempre perder dos Estados Unidos?

Eis aí algo difícil de entender nos mistérios das freguesias do futebol e vem à cabeça novamente, quando a verdinha mexicana impõe 2 a 0 sobre um Brasil amarelado - que só não foram três porque o atacante Castillo perdeu um dos gols mais feitos da história, sem goleiro - logo após perder mais uma Copa Ouro (torneio das américas do Norte e Central) para os vizinhos de cima do muro.

O cômputo dos jogos mais recentes do México contra nosotros, brasileños e o tio Sam não deixa duvidas. Desde a Copa das Confederações de 1999, os mexicanos venceram seis vezes os brasileiros - historicamente léguas à frente nos campos - e perderam apenas uma vez, com dois empates. Já contra os americanos, para os quais football sempre foi algo que se jogava com as mãos, os conterrâneos de Frida Kahlo caíram em nova das 12 partidas disputadas neste milênio, vencendo apenas duas e empatando outra.

O México é o Robin Hood do futebol.

Resumão do professor Girafalis:

Chapolim x amarelona desde 1999: 6 vitórias, 1 empate e 1 derrota
Quico x tio Sam neste milênio: 2 vitórias, 1 empate, 9 derrotas

quarta-feira, junho 27, 2007

Menas polítitica, mais futebol!

No que pesassem as presenças dos bons companhêros que presidem com marra de imperadores o país-sede da Copa América e seu primeiro adversário - com o ovos (in)devidamente cobertos da baba de Diego Armando, tão bufão quanto eles, com as diferenças que não manda em país nenhum e sabe jogar bola.

Ao contrário das pessoas da Venezuela e da Bolívia. Os primeiros, foi falado ontem em mesa redonda qualquer, têm como obrigação apenas passar da primeira fase, visto sua pouco tradição no futebol. Protesto, meritíssimo! Não têm nem isso. No país mais chegado em beisebol e até corridas de cachorros, o futebol só existe como piada involuntária.

Razoáveis no basquete e no vôlei, os venezuelanos desenvolvem seus esportes da mesma maneira que sua política: em função dos Estados Unidos. De mãos dadas com Washington ou na luta contra o imperialismo ianque, sem o Tio Sam como referência, a Venezuela não passa de um barril de petróleo cucaracho. E até os norte-americanos jogam menas pior.

Nas últimas duas eliminatórias, porém, a Venezuela evoluiu. Isso significa que não ficou em último lugar. E só. O país tem, atualmente, o melhor jogador de sua história, Arango. Ele joga na Espanha. No Mallorca. Eto'o também já jogou lá, mas saiu pro Barcelona. Se o melhor jogador dos donos da casa continua jogando no Mallorca, dá para entender em parte as seguidas eleições do chapolin. A cada clássico entre Deportivo Tachira e Maracaibo, os venezuelanos vão se graduando na arte do masoquismo.

Se o melhor jogador da Venezuela joga no Mallorca, o craque boliviano atua - ou atuava - no altiplano. Atingiu marcas como os quase 4 mil quilômetros de altitude de La Paz. Chama-se altitude e é o grande, porque único, trundo dos cocaleros de Evo. O Flamengo que o diga.

A revolta do Zacarias de poncho contra a acertada atitude da Fifa em barrar os jogos a altitudes superiores a 2,5 quilômetros é uma boa amostra das duas principais características do futebol bolivariano: incompetência e espírito trapaceiro.

Tudo isso, porém, serve para dizer o quão obtuso é, em uma cobertura de futebol, dar mais destaque ao empate das duas piores seleções sul-americanas do que os humilhantes 3 a 0 que o Peru meteu no Uruguai.

O segundo futebol mais decadente do mundo - depois da Hungria - levou à competição alguns de seus principais jogadores, mas e daí? Eles não são mais Schiaffino ou Obdulio Varella. Nem mesmo Mazurceiwski ou Francescolie Venancio Ramos, os últimos craques dignos dessa denominação a saírem das terras cisplatinas.

O jogo ainda trouxe um conteúdo histórico, amplamente ignorado aqui no Brasil. Do banco, o treinador peruano Julio Cesar Uribe certamente lembrou, 26 anos depois, uma vitória sobre a Celeste em pleno estádio Centenário, em que marcou um dos gols e fez belíssima jogada no outro.

Aquele jogo, que terminou 2 a 1, classificou o Peru para sua, até agora, última Copa do Mundo. É impossível que, ontem, Uribe, que dentro de campo era craque, não tenha pensado em que pode ter começado a tão prometida, mas até hoje nunca cumprida, ressurreição de um fitebol que já teve jogadores do nivel dele e de Teofilo Cubillas.

Para quem dúvida:

Primeiro gol peruano em 81, com jogada de Uribe

Segundo, do próprio Uribe

E os gols da goleada de ontem

Os de Venezuela 2 x 2 Bolívia também estão no you tube, mas não vou postar aqui.
Só tem gol feio.

terça-feira, junho 26, 2007

O redentor fim de Policarpo Quaresma (quando virá?)

No Arena SporTV, há pouco, Cléber Machado, Sidney Garambone, Marco Antonio e Caio ex-jogador falavam sobre a final da Copa de 98, persistido na ladainha de buscar entender a derrota brasileira na final pelo que aconteceu na final com a convulsão do ronaldo, coisa e tal. Garambone pondera que o Brasil não fazia uma Copa impecável, mas que a França também não fazia. No final, a unanimidade concorda que o Brasil jogou muito aquém de suas possibilidades pela falta de seu principal – segundo eles – jogador.

Nenhum dos participantes da mesa redonda se pergunta que possibilidades o Brasil atingiu quando perdeu da Noruega, ainda na primeira fase. Nem quando foi dominado na semifinal pela Holanda, que esbarrou em sua incompetência botafoguense de não traduzir a superioridade em vitória. Nem mesmo quando complicou o jogo contra a apenas razoável Dinamarca nas quartas-de-final.

A rigor, o Brasil só teve duas atuações irrepreensíveis naquela copa com trilha sonora de pagode ‘crilouro’ via FM O Dia: um 3 a 0 sobre o Marrocos e os 4 a 1 nas oitavas sobre o Chile – que, com Salas e Zamorano, jogou menos do que podia.

Enquanto isso, os franceses venceram toda a primeira fase, incluindo a própria Dinamarca, sem susto, e goleadas sobre Arábia Saudita e África do Sul – com direito a ‘ovinho’ sentado do Zidane. Depois, furaram a defesa paraguaia – a melhor daquela Copa –, tiveram um único empate, com a invicta Itália, que jogou bem e foi eliminada nos pênaltis e viraram para cima da melhor parte da melhor geração de jogadores já formados na antiga Iugoslávia, destacando o artilheiro Suker e o craque Prosinecki, entrosados desde a conquista do mundial de juniores em 87.

A ladainha nacionalista que insiste na convulsão do careca para explicar a derrota brasileira me fez lembrar de Adeus, Hexa, brilhante artigo de maio do ano passado em que Guilherme Fiuza perfila in advance a soberba que levaria o Brasil à derrocada na Alemanha: “os brasileiros são assim mesmo. Oscilam da auto-piedade mais miserável à arrogância mais histérica”.

Quase uma década passada e mais um sarrafo dos bleus ainda não foram suficientes para tirar o nacionalismo de chuteiras de seu praticamente vitalício analfabetismo funcional. Deitado em berço esplêndido, Policarpo Quaresma segue ajeitando o meião.

quinta-feira, junho 21, 2007

Riquelme na terra

Que me perdoe - ou não - o nacionalismo obrigatório introduzido (ôpa!) por Galvão Bueno na imprensa esportiva brasileira, mas com Riquelme de um lado e Tuta do outro, a torcida pelo primeiro é uma questão de classe.

Com 3 a 0 para descontar, a missão do Grêmio na final da Libertadores era tão agradável quanto deve ser o vento do Guaíba no inverno portoalegrense. Deve ser porque nunca foi a Porto Alegre - muito menos, no inverno, deus me livre.

Tirar tr~es do Boca é bem mais complicado do que tirar do Defensor. O Boca mereceu ser campeão novamente porque, além de ser mais time, tem aquela coisa que faz tão bem ao futebol: o craque.

Não era qualquer um que teria o insight de dominar uma bola de lado da entrada da área e, vendo-se livre, chutar quase no ângulo oposto, ainda mais quando o ala já abria para receber a bola na ponta direita. No segundo gol, a bola não sobrou para ele por acaso. Ela procurou.

Até os torcedores do River Plate devem estar felizes pelo menos com ele ter atendido ao pedido de Alfio Basile para deixar as preocupações su madresita na Plaza de Mayo e voltar a defender a seleção argentina.

Mas os gremistas não devem ficar tristes, e, sim, agradecer aos argentinos por terem deixado o Palermo bater o pênalti - certeza de que, pelo menos, não fariam, em pleno olímpico o segundo 3 a 0 da decisão.

PS: falando em perder pênaltis, a Inglaterra sub-21, mas que na verdade, ia até 23 (!) disputou nas penalidades uma das seminfinais do Europeu da categoria contra a Holanda, após empate de 1 a 1. E, óbvio, perdeu. O mais notável foi o placar: 13 a 12 em dezessete cobranças para cada. Seis jogadores de cada time repetiram. A outra finalista é a Sérvia, que ganhou por 2 a 0 da Bélgica.

quinta-feira, junho 07, 2007

Hoje o Brasil é tricolor

Ao Fluminense, campeão da Copa do Brasil, este blog por hora só tem uma palavra a dizer: parabéns. Antes que levantem dúvidas, o tricolor do blog é o Cid. É o primeiro título nacional da preiboizada em 23 anos - terceira divisão não conta...

Não para ignorar, porém, a ruindade do Figueirense. Com toda a pressão, o time de Floripa não conseguiu criar nenhuma chance clara de gol. As melhores foram do tricoloe. E isso porque eles sequer souberam sair com a bola dominada quando a recuperavam. Tentavam contra-atacar com dois jogadores contra cinco. Na lateral, Renato Gaúcho quase tinha ataques cardíacos, ao gritar "prende a bola!".

Carlos Alberto vem se revelando uma bela decepção, que dá mais perigo de ser expulso do que de gol. Já Adriano Magrão - quem diria? - jogou muito até sem fazer o gol - deu um passe perfeito para a conclusão de Roger. Thiago Silva também merece ser mencionado. Antecipações perfeitas sempre.

No Figueirense, qualquer rubro-negro - meu caso - fica feliz em ver que nos livramos de André Santos. E, temos que dizer, a final desta Copa do Brasil não foi 15% da do ano passado. Poderia ser, caso, não fosse o frango do botaguense Júlio Cesar (goleiro com esse nome tem honrar, p¨%#$!&¨rra!)

sexta-feira, junho 01, 2007

Amistoso não precisa ser necessariamente chato...

...ou disputado sem o mínimo tesão. Mas cá pra nós qual motivação deveriam ter os jogadores brasileiros? Não colocaram o time que vai jogar a Copa América em campo pra começar a pegar entrosamento, Kaká e Ronaldinho querem mais é descansar, e esse jogo nada mais é que um jeito da CBF caçar níquel e atirar qualquer mística que uma partida da seleção brasileira já teve no lixo. Empolgado mesmo só o Galvão com o empate brasileiro no último minuto.

Semana que vem a Caravana Rolidei estaciona em outro lugar. Bye Bye Brasil.

quarta-feira, maio 23, 2007

Milan vai tomar no Cúcuta

Um campeonato vencido pelo enfadonho Milan só não é mais digno de desprezo do que o fascínio de brasileiros pelo time de Silvio Berlusconi pelo mero fato de ele ter compatriotas em seu elenco. Patriotada no nível de Policarpo Quaresma ao som Don e Ravel por um jogador que retribui tanto o carinho nacional a ponto de esnobar defender a seleção na Copa América, alegando um cansaço em fim de três temporadas sem férias que não demonstrou hoje, justamente quando encerrou a terceira dessas temporadas.

Também, ainda que menos, por outros dois. Um que nunca ganhou nada além de justamente a Copa América pelo Brasil e outro que no ano passado foi a uma Copa do Mundo buscar um recorde pessoal - além do notório de passar quinze anos jogando como lateral sem aprender a fazer um cruzamento.

Besteira suprema do técnico do Liverpool, Rafa Benítez, foi deixar Peter Crouch, o Obina inglês, no banco. Ele nem tocou na bola no escanteio que deu o gol de honra dos reds, mas chamou toda a marcação e Kuyt ficou livre. Foi a primeira vez, já nos descontos, que isso ocorreu, embora o time inglês tenha tido diversos cóneres a seu favor.

Mas a maior besteira veio dos comentaristas da ESPN, que babaram o ovo daquele que comemorou o título mostrando uma camiseta com a ridícula inscrição I belong to Jesus como "sensacional". A repetição do segundo e derradeiro gol milanês deixa claro o espaço que ele teve para tocar para Inzaghi no meio dos marcadores. Aquele passe até o Fernando Vanucci de porre acertaria.

O Milan foi campeão da Europa começando sua vitória com um gol típico do mesmo Inzaghi. A bola bateu nele e entrou. Mas não tem nada não. No Mundial, eles ainda levam uma chinelada do Cúcuta.

terça-feira, maio 22, 2007

Mil meu com mil seu

Romário marcou seu milésimo repetindo o que melhor faz atualmente: chutar cachorro morto.

Foi assim no pênalti contra o Sport Recife, que já perdia por 2 a 0. Da mesma maneira que o Flamengo, em que fez o 999º - e ainda perdeu chance claríssima de fazer o mil.

Foi assim contra o Volta Redonda, que perdia por 3 a 0, quando ele entrou. E contra o Madureira, estava 1 a 1, mas quem empatou quando o Vasco perdia foi o Leandro Amaral.

sexta-feira, maio 18, 2007

PA, o visionário

"O Afonso, ex-Atlético que joga hoje no Heerenveen da Holanda, está na ponta da artilharia européia. O rapaz tem faro de gol, foi artilheiro da liga sueca por dois anos seguidos, e campeão pelo Malmö. Dunga, que é novidadeiro, acaba chamando."

Foi o que comentou nosso colaborador Paulo André Vieira em Fevereiro deste ano. A prova está AQUI.

Ele podia aproveitar e me passar os números dessa Sena aí que está acumulada.

quinta-feira, maio 10, 2007

Espaço alugado no fim do sonho rubro-negro

O resumo da eliminação do Flamengo na Libertadores agora há pouco fica por conta do comentário de meu amigo Rafael Roldão, estudante de jornalismo e ex-jogador de futsal, que nos deu o furo (com trocadilho, por favor) da semana passada sobre o racha-Fla - notícia, aliás, publicada, com algumas diferenças, um dia depois pelo JB (depois de abrir o link, clique duas vezes na setinha para virar as páginas e ler). Concordo com 90% do que ele diz. Depois, volto dizendo do que discordo:

De imediato, pra evitar protestos, vou àquilo que foi mais gritante na partida. O Flamengo sentiu na pele o que é sofrer com erros da arbitragem. Dessa vez, erros que ganharam destaque pela forma sucessiva com que aconteceram. O juíz Héctor Baldassi permitiu que os Uruguaios usassem e abusassem da violência e da catimba. Deu segmento ao jogo quando deveria pará-lo devido a faltas violentas dos jogadores do Defênsor e parou a partida ao enxergar faltas inexistentes dos jogadores do Flamengo. Não deu o devido acréscimo. Não distribuiu cartões amarelos como deveria. Os dois pênaltis não marcados, um em cima de Paulo Sérgio outro em Renato Augusto, de todos os lances são os que mais me permitem relevar a decisão da arbitragem. Foram jogadas quase na linha de fundo e Baldassi tinha a visão encoberta.

***************

Bruno merece um busto de bronze na Gávea.

***************

Apesar da fragilidade do adversário, o Flamengo não fez uma grande partida. Jogou na base da raça para compensar as evidentes deficiências, a exemplo dos últimos jogos do rubro-negro. Sobretudo no segundo-tempo, jogou de forma desordenada. Não criou grandes oportunidades de gol e se não fossem por dois belos chutes de Renato, que nessa partida voltou a jogar bem depois de algum tempo de atuações ruins, teria saído do Maracanã com um resultado ainda pior.

***************

Pro flamenguista, pior do que não ter Obina deve ser ter que ver Souza e Roni no ataque. O Fla precisa com urgência procurar um parceiro de ataque para jogar ao lado do atacante baiano no Brasileirão.

***************

Ney Franco mexeu mal no time. Além de fazer com que o seu time criasse menos, conseguiu a façanha de deixar o Flamengo vulnerável frente a um adversário muito fraco. Pra mim, o mineiro não tem competencia pra ser treinador do Flamengo.

**************

Após acertar aquele belíssimo petardo contra o Botafogo, Renato Augusto mostrou que ainda não se livrou da velha deficiência. Não acertou um único chute a gol na partida. Todo cuidado é pouco com o jovem jogador que tem muito a dar para o clube
da Gávea.


Voltei

O ataque do Flamengo, longe de ser uma dupla Romário & Bebeto, não é notavelmente ruim, embora tenha deficiências. Discordo de que Ney Franco não tenha competência para dirigir o Flamengo. Cometeu um erro hoje, ao sacar Clayton que, desta vez, vinha bem e pôr em campo Paulo Sérgio - ainda que tendo sofrido o segundo pênalti, ambos não marcados, muito jovem, em seus 17 anos para entrar na situação em que se encontrava o jogo.

Com mais um atacante, mas sem Clayton, que roubava a bola e criava, o Flamengo perdeu o meio de campo, em posse de bola e criação. Deixou de chegar ao ataque com a bola dominada, o que vinha proporcionando suas chances de gol, principalmente em chutes de fora de área, como o do segundo gol, ambos de Renato. E passou a perdê-la, dando ao Defensor o que ele não havia tido em nenhum momento até então: posse de bola e chances de gol, algumas delas claras, que só não sepultaram as chances rubro-negras mais cedo graças a (mais) uma atuação irrepreensível do goleiro Bruno.

Rafael chamou o time uruguaio de Defênsor de sacanagem. A Globo não cometeu este erro hoje na transmisão, mas diversos veículos o fizeram, em suas coberturas, pronunciando o nome da equipe como se fosse o de um time ingl~es. O mais curioso é que a palavra Defênsor não existe em nenhum idioma, nem em inglês. Quem acompanha a Premier League (ou foi além do begginner do Yázigi) sabe que Defensor na língua da rainha se escreve 'defender'.

PS: E o Grêmio venceu o São Paulo e passou. Ê timinho copeiro...