quinta-feira, junho 28, 2007

Mistério Mexicano

O que acontece com a seleção do México, que consegue quase sempre ganhar do Brasil... e quase sempre perder dos Estados Unidos?

Eis aí algo difícil de entender nos mistérios das freguesias do futebol e vem à cabeça novamente, quando a verdinha mexicana impõe 2 a 0 sobre um Brasil amarelado - que só não foram três porque o atacante Castillo perdeu um dos gols mais feitos da história, sem goleiro - logo após perder mais uma Copa Ouro (torneio das américas do Norte e Central) para os vizinhos de cima do muro.

O cômputo dos jogos mais recentes do México contra nosotros, brasileños e o tio Sam não deixa duvidas. Desde a Copa das Confederações de 1999, os mexicanos venceram seis vezes os brasileiros - historicamente léguas à frente nos campos - e perderam apenas uma vez, com dois empates. Já contra os americanos, para os quais football sempre foi algo que se jogava com as mãos, os conterrâneos de Frida Kahlo caíram em nova das 12 partidas disputadas neste milênio, vencendo apenas duas e empatando outra.

O México é o Robin Hood do futebol.

Resumão do professor Girafalis:

Chapolim x amarelona desde 1999: 6 vitórias, 1 empate e 1 derrota
Quico x tio Sam neste milênio: 2 vitórias, 1 empate, 9 derrotas

quarta-feira, junho 27, 2007

Menas polítitica, mais futebol!

No que pesassem as presenças dos bons companhêros que presidem com marra de imperadores o país-sede da Copa América e seu primeiro adversário - com o ovos (in)devidamente cobertos da baba de Diego Armando, tão bufão quanto eles, com as diferenças que não manda em país nenhum e sabe jogar bola.

Ao contrário das pessoas da Venezuela e da Bolívia. Os primeiros, foi falado ontem em mesa redonda qualquer, têm como obrigação apenas passar da primeira fase, visto sua pouco tradição no futebol. Protesto, meritíssimo! Não têm nem isso. No país mais chegado em beisebol e até corridas de cachorros, o futebol só existe como piada involuntária.

Razoáveis no basquete e no vôlei, os venezuelanos desenvolvem seus esportes da mesma maneira que sua política: em função dos Estados Unidos. De mãos dadas com Washington ou na luta contra o imperialismo ianque, sem o Tio Sam como referência, a Venezuela não passa de um barril de petróleo cucaracho. E até os norte-americanos jogam menas pior.

Nas últimas duas eliminatórias, porém, a Venezuela evoluiu. Isso significa que não ficou em último lugar. E só. O país tem, atualmente, o melhor jogador de sua história, Arango. Ele joga na Espanha. No Mallorca. Eto'o também já jogou lá, mas saiu pro Barcelona. Se o melhor jogador dos donos da casa continua jogando no Mallorca, dá para entender em parte as seguidas eleições do chapolin. A cada clássico entre Deportivo Tachira e Maracaibo, os venezuelanos vão se graduando na arte do masoquismo.

Se o melhor jogador da Venezuela joga no Mallorca, o craque boliviano atua - ou atuava - no altiplano. Atingiu marcas como os quase 4 mil quilômetros de altitude de La Paz. Chama-se altitude e é o grande, porque único, trundo dos cocaleros de Evo. O Flamengo que o diga.

A revolta do Zacarias de poncho contra a acertada atitude da Fifa em barrar os jogos a altitudes superiores a 2,5 quilômetros é uma boa amostra das duas principais características do futebol bolivariano: incompetência e espírito trapaceiro.

Tudo isso, porém, serve para dizer o quão obtuso é, em uma cobertura de futebol, dar mais destaque ao empate das duas piores seleções sul-americanas do que os humilhantes 3 a 0 que o Peru meteu no Uruguai.

O segundo futebol mais decadente do mundo - depois da Hungria - levou à competição alguns de seus principais jogadores, mas e daí? Eles não são mais Schiaffino ou Obdulio Varella. Nem mesmo Mazurceiwski ou Francescolie Venancio Ramos, os últimos craques dignos dessa denominação a saírem das terras cisplatinas.

O jogo ainda trouxe um conteúdo histórico, amplamente ignorado aqui no Brasil. Do banco, o treinador peruano Julio Cesar Uribe certamente lembrou, 26 anos depois, uma vitória sobre a Celeste em pleno estádio Centenário, em que marcou um dos gols e fez belíssima jogada no outro.

Aquele jogo, que terminou 2 a 1, classificou o Peru para sua, até agora, última Copa do Mundo. É impossível que, ontem, Uribe, que dentro de campo era craque, não tenha pensado em que pode ter começado a tão prometida, mas até hoje nunca cumprida, ressurreição de um fitebol que já teve jogadores do nivel dele e de Teofilo Cubillas.

Para quem dúvida:

Primeiro gol peruano em 81, com jogada de Uribe

Segundo, do próprio Uribe

E os gols da goleada de ontem

Os de Venezuela 2 x 2 Bolívia também estão no you tube, mas não vou postar aqui.
Só tem gol feio.

terça-feira, junho 26, 2007

O redentor fim de Policarpo Quaresma (quando virá?)

No Arena SporTV, há pouco, Cléber Machado, Sidney Garambone, Marco Antonio e Caio ex-jogador falavam sobre a final da Copa de 98, persistido na ladainha de buscar entender a derrota brasileira na final pelo que aconteceu na final com a convulsão do ronaldo, coisa e tal. Garambone pondera que o Brasil não fazia uma Copa impecável, mas que a França também não fazia. No final, a unanimidade concorda que o Brasil jogou muito aquém de suas possibilidades pela falta de seu principal – segundo eles – jogador.

Nenhum dos participantes da mesa redonda se pergunta que possibilidades o Brasil atingiu quando perdeu da Noruega, ainda na primeira fase. Nem quando foi dominado na semifinal pela Holanda, que esbarrou em sua incompetência botafoguense de não traduzir a superioridade em vitória. Nem mesmo quando complicou o jogo contra a apenas razoável Dinamarca nas quartas-de-final.

A rigor, o Brasil só teve duas atuações irrepreensíveis naquela copa com trilha sonora de pagode ‘crilouro’ via FM O Dia: um 3 a 0 sobre o Marrocos e os 4 a 1 nas oitavas sobre o Chile – que, com Salas e Zamorano, jogou menos do que podia.

Enquanto isso, os franceses venceram toda a primeira fase, incluindo a própria Dinamarca, sem susto, e goleadas sobre Arábia Saudita e África do Sul – com direito a ‘ovinho’ sentado do Zidane. Depois, furaram a defesa paraguaia – a melhor daquela Copa –, tiveram um único empate, com a invicta Itália, que jogou bem e foi eliminada nos pênaltis e viraram para cima da melhor parte da melhor geração de jogadores já formados na antiga Iugoslávia, destacando o artilheiro Suker e o craque Prosinecki, entrosados desde a conquista do mundial de juniores em 87.

A ladainha nacionalista que insiste na convulsão do careca para explicar a derrota brasileira me fez lembrar de Adeus, Hexa, brilhante artigo de maio do ano passado em que Guilherme Fiuza perfila in advance a soberba que levaria o Brasil à derrocada na Alemanha: “os brasileiros são assim mesmo. Oscilam da auto-piedade mais miserável à arrogância mais histérica”.

Quase uma década passada e mais um sarrafo dos bleus ainda não foram suficientes para tirar o nacionalismo de chuteiras de seu praticamente vitalício analfabetismo funcional. Deitado em berço esplêndido, Policarpo Quaresma segue ajeitando o meião.

quinta-feira, junho 21, 2007

Riquelme na terra

Que me perdoe - ou não - o nacionalismo obrigatório introduzido (ôpa!) por Galvão Bueno na imprensa esportiva brasileira, mas com Riquelme de um lado e Tuta do outro, a torcida pelo primeiro é uma questão de classe.

Com 3 a 0 para descontar, a missão do Grêmio na final da Libertadores era tão agradável quanto deve ser o vento do Guaíba no inverno portoalegrense. Deve ser porque nunca foi a Porto Alegre - muito menos, no inverno, deus me livre.

Tirar tr~es do Boca é bem mais complicado do que tirar do Defensor. O Boca mereceu ser campeão novamente porque, além de ser mais time, tem aquela coisa que faz tão bem ao futebol: o craque.

Não era qualquer um que teria o insight de dominar uma bola de lado da entrada da área e, vendo-se livre, chutar quase no ângulo oposto, ainda mais quando o ala já abria para receber a bola na ponta direita. No segundo gol, a bola não sobrou para ele por acaso. Ela procurou.

Até os torcedores do River Plate devem estar felizes pelo menos com ele ter atendido ao pedido de Alfio Basile para deixar as preocupações su madresita na Plaza de Mayo e voltar a defender a seleção argentina.

Mas os gremistas não devem ficar tristes, e, sim, agradecer aos argentinos por terem deixado o Palermo bater o pênalti - certeza de que, pelo menos, não fariam, em pleno olímpico o segundo 3 a 0 da decisão.

PS: falando em perder pênaltis, a Inglaterra sub-21, mas que na verdade, ia até 23 (!) disputou nas penalidades uma das seminfinais do Europeu da categoria contra a Holanda, após empate de 1 a 1. E, óbvio, perdeu. O mais notável foi o placar: 13 a 12 em dezessete cobranças para cada. Seis jogadores de cada time repetiram. A outra finalista é a Sérvia, que ganhou por 2 a 0 da Bélgica.

quinta-feira, junho 07, 2007

Hoje o Brasil é tricolor

Ao Fluminense, campeão da Copa do Brasil, este blog por hora só tem uma palavra a dizer: parabéns. Antes que levantem dúvidas, o tricolor do blog é o Cid. É o primeiro título nacional da preiboizada em 23 anos - terceira divisão não conta...

Não para ignorar, porém, a ruindade do Figueirense. Com toda a pressão, o time de Floripa não conseguiu criar nenhuma chance clara de gol. As melhores foram do tricoloe. E isso porque eles sequer souberam sair com a bola dominada quando a recuperavam. Tentavam contra-atacar com dois jogadores contra cinco. Na lateral, Renato Gaúcho quase tinha ataques cardíacos, ao gritar "prende a bola!".

Carlos Alberto vem se revelando uma bela decepção, que dá mais perigo de ser expulso do que de gol. Já Adriano Magrão - quem diria? - jogou muito até sem fazer o gol - deu um passe perfeito para a conclusão de Roger. Thiago Silva também merece ser mencionado. Antecipações perfeitas sempre.

No Figueirense, qualquer rubro-negro - meu caso - fica feliz em ver que nos livramos de André Santos. E, temos que dizer, a final desta Copa do Brasil não foi 15% da do ano passado. Poderia ser, caso, não fosse o frango do botaguense Júlio Cesar (goleiro com esse nome tem honrar, p¨%#$!&¨rra!)

sexta-feira, junho 01, 2007

Amistoso não precisa ser necessariamente chato...

...ou disputado sem o mínimo tesão. Mas cá pra nós qual motivação deveriam ter os jogadores brasileiros? Não colocaram o time que vai jogar a Copa América em campo pra começar a pegar entrosamento, Kaká e Ronaldinho querem mais é descansar, e esse jogo nada mais é que um jeito da CBF caçar níquel e atirar qualquer mística que uma partida da seleção brasileira já teve no lixo. Empolgado mesmo só o Galvão com o empate brasileiro no último minuto.

Semana que vem a Caravana Rolidei estaciona em outro lugar. Bye Bye Brasil.