terça-feira, abril 08, 2008

El Embajador de Los Andes


No fronteira com Foz do Iguaçu, não faz muito tempo, alguns, digamos, comerciantes paraguaios protestaram contra a atitude da Polícia Federal brasileira em revistá-los - ou seja, fazer seu trabalho. Hoje, peruanos recebem o Flamengo fazem o mesmo contra o Flamengo por não querer jogar na criminosa altitude de Cuzco. No ano passado, o rubro-negro, com jogadores despencando em campo, simbolizou a luta contra condições desumanas em que times são forçados a jogar e quase fez a Fifa proibir em todo o mundo partidas a mais de 2.750 metros.

Mas aqui na américa latrina essas coisas não funcionam. As regras são feitas de acordo com a conveniência e a culpa é do imperialismo da Fifa. E quem reclama é um fascista contra a integração continental. Nada mais representativo dessa bananiquice do que o presidente bolivariano, digo, boliviano, Evo Imorales, batendo bola em uma campanha contra a igualdade de condições de jogo.

Os caudilhos de esquerda são assim mesmo. Pregam a igualdade de resultados até no futebol, mesmo porque como só um time pode ser campeão, é natural que muitos dos perdedores não se conformem e os apoiem. O melhor jogador de La paz, de Cuzco, de Quito (exceção feita a Alex Aguinaga) etc. é o ar rarefeito. Jogar bola mesmo, não é realmente a especialidade deles, e, como os Evos e Correas da vida acham um absurdo haver um vencedor até em jogo de futebol, consideram lícito burlar as regras para garantir a igualdade. Aquele velho lengalenga socialóide de desigualadade para desiguais. Aprender a jogar direito? Ah, não... dá muito trabalho.

Não é difícil entender a simpatia do Chico Buarque por esses presepeiros. O sonho deles era fazerem de seus estádios um Polytheama.

sábado, abril 05, 2008

Satisfação por jogar bola

Já era de se esperar, dado o nível de caretice antifutebolística que assola o... futebol. O craque portuga Cristiano Ronaldo agora tem se explicar por driblar e deixar o adversários para trás - parte do objetivo de um jogador. Veja a declaração dele em resposta ao meiocampista Pizarro, da Roma, que não conseguiu marcá-lo (o Manchester, time de Ronaldo, venceu por 2 a 0):

"- Nunca tive a intenção de fazer ninguém de bobo. Meus dribles e efeitos em campo são objetivos, sempre pensando no bem do time. Em campo, respeito meus adversários. Se alguém pensa que meus movimentos são para zombar dos rivais, então esse alguém está enganado. Sempre fui assim e continuarei sendo. Jogo para o time"

Ronaldo não que dar explicação nenhuma. Ele sabe jogar melhor. O futebol é feito por ele, não por medíocres resmungões.

Ô Pizarro, vai aprender a jogar bola!

sexta-feira, março 07, 2008

Meninos mimados


Qual o problema do Flamengo quando joga fora de casa? Por que seu retrospecto fora tem números que lembram a campanha do América-RN no brasileirão de 2007? O que leva um clube a se comportar tão destemperadamente num jogo onde o adversário uruguaio estava efetivamente jogando na bola?

Vendo os lances do jogo do Flamengo contra o Nacional, em Montevidéu, formulei uma teoria.

Primeiro de tudo, aos fatos: não existe a tão decantada TRADIÇÃO em Libertadores. Existe EXPERIÊNCIA em jogos de Libertadores. Vejam se o Boca escalaria o time juvenil para jogar a competição confiando apenas na força de sua camisa. Não. O Boca vai bem porque conhece a competição, seus atalhos e particularidades. Porque isso lhe é cotidiano.

E tudo isso faltou ao Flamengo ontem. Toró dar empurrão num gandulinha de 13 anos é ridículo e amador, mas pelo menos o Toró é apenas um jovem de 21 anos. Mas como explicar o Léo Moura, que já rodou por 9.534 clubes, dar uma voadora de Mortal Kombat na costela de um adversário? Se, com os dois, o Flamengo perdia por 1x0 numa falha do goleiro Bruno (culpado direto por 3 dos 4 gols que o Urubú levou na competição), sem eles conseguiu levar apenas mais dois, enquanto o clone uruguaio do Somália perdia uma carroça de gols.

A impressão que tive, e deu nessa minha teoria, é a seguinte: o Flamengo é como um menino mimado de condomínio da Barra. Mimado pela torcida, pelo oba-oba dos dirigentes, pelo ufanismo midiático que quer vender jornal pro maior mercado consumidor de futebol do Brasil. Some-se a isso o fato de 2/3 de seus maiores rivais virem de longos jejuns contra ele, e ao fato da arbitragem e os tribunais esportivos do Rio serem um tanto quanto, uh, estranhos.

Resumindo, o Flamengo está acostumado a adversidade? Sabe lidar com ela?

Parece que não.

O Flamengo, desde que o Joel assumiu o time, se comporta como o menino que nunca sai do seu condomínio. Seu mundo perfeito cercado de grades e onde ele tem tudo. Aí, quando precisa sair, não é safo, não sabe pegar ônibus, não conhece rua nenhuma.

Há tempo para o time resolver isso. Talvez até a atuação de ontem ajude-o a acordar. Mas o mundo real não é o Maracanã, não é a FERJ, não é o Vasco.

Ou o Flamengo resolve isso, ou vão ter que inventar outro título de isopor pra manter o status quo.

Comunhão



Imaginem um homem condenado a 22 anos de prisão. Imaginem um homem que caiu três vezes em desgraça condenado a 22 anos de prisão. Imagine que esse homem não é um, mas 40 mil.

O que vimos nesta quarta-feira, 05/03/2008, no Maracanã, foi isso: o que aconteceria se 40 mil pessoas presas há 22 anos encontrassem a mulher mais desejada das Américas bem ali na sua frente?

O goleada monumental (6x0) que o Fluminense aplicou no Arsenal de Sarandí (ARG), atual campeão da Copa Sulamericana, numa atuação coletiva quase lendária, foi um atropelamento sem piedade. Os hermanos, jogadores de um time que é praticamente um São Caetano da Argentina, tremeram ante a opulência e história do Maracanã e ante o canto enlouquecido de 40 mil pessoas realizando várias catarses: a volta do pó-de-arroz, a volta à Libertadores, a volta a um destino de glórias.

Dentro de campo, o Flu jogou com uma raça impressionante, dividindo bolas e correndo muito mesmo com 5x0 no placar. Pouquíssimas equipes consguiram e conseguirão jogar assim. Inclusive o próprio Fluminense.

Porém o mais impressionante não foi isso. Nem mesmo a atuação de gala de Dodô ou o seu segundo gol, antológico. Foi a completa comunhão e estado de euforia entre time e torcida. A eletricidade que tomava conta do estádio e pairava no ar era incrível. O Arsenal, que se não é timaço também não é tão ruim assim, sentiu o clima e jogou como um Barreira de Bacaxá.

Após o primeiro gol de Thiago Neves, aos 14 do primeiro tempo, já não era mais futebol, já não era mais torcida. Era uma missa, uma celebração, um reecontro de velhos amigos, um grito primal em três cores.

No dia 05/03/2008, o Fluminense conseguiu algo muito difícil, e não foi só aplicar a maior goleada de um time brasileiro num argentino da história da Libertadores. Foi transformar 40 mil em onze e transformar esses onze em um único ser que não poderia ser parado por força alguma. Se conseguirão isso de novo, se foi um início ou um fim, só o tempo dirá. Mas como a nuvem de talco que estava proibida desde 1999, a força do Fluminense Football Club voltou.

segunda-feira, março 03, 2008

Parabéns, galinho!


Artur Antunes Coimba completa 55 anos hoje.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Lição de decadência na ponte aérea?


O Globo Esporte.com informa que Romário deve oficializar o fim de sua carreira no Flamengo, que abriu ao projeto pessoal do "peixe" as portas do clube em que um grupo de cerca de 30 jogadores treina diariamente para manter as vitórias no Campeonato Carioca e na Libertadores.

Ainda que seja uma provocação ao ex-deputado que comanda a colina, é uma piada fraca, como foi a passagem do ex-jogador pela Gávea. De 1995 a 1999, com uma breve interrupção em 1996/1997, ele ganhou apenas dois estaduais, nada além da média do clube que hoje, sem nenhuma estrela, está bem melhor.

Em suma, Romário não foi e não é absolutamente nada para o Flamengo. Falou muito e jogou muito pouco. Fazer gol no Olaria é nada para um time acostumado a ganhar títulos nacionais e internacionais.

Neste momento, a diretoria do São Paulo parece ter feito um intensivão com o vice de futebol rubro-negro Kleber Leite, trazendo Adriano, que, só hoje, ameaçou um fotógrafo do jornal Lance!, depois de deixar dois feridos em um acidente de carro às cinco de manhã - como chegou quase meia-hora atrasado no treino, não dá a entender que havia madrugado, certo?

Servir de colônia de férias para jogador engajado apenas em, digamos, projetos pessoais, dentro e fora de campo, pode ser um caminho eficientíssimo para enterrar o "modelo de gestão". O exemplo do Flamengo dos anos 90 está aí como o que não se deve fazer no São Paulo - nem no Flamengo.

Além de já terem sido centroavantes matadores, Romário e Adriano demonstram que têm mais uma coisa em comum. Ambos estão tratando de encerrar suas carreiras.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Chorôrô e Chitãozinho

Um gol injustamente anulado, que daria a vitória parcial por 2 a 1 já no segundo tempo pode levar o Botafogo a enxergar nas alturas de Cuzco um novo aliado no chorôrô. O jogo, na verdade, foi no Maracanã, mas é da histórica cidade peruana que veio o Cienciano enfrentar o Flamengo.

E no gol, o atacante paeruano não estava anulado, como marcou a arbitragem. Mas ela também não marcou o pênalti para o Flamengo quando um zagueiro do Cienciano cortou um cruzamento como se fosse um jogador de vôlei.

Com erros para ambos os lados, a vitória no sufoco com um gol chorado de Marcinho aos 42 do segundo tempo - Souza fizera o primeiro, comemorando com a simulaçao de choro, desnecessário dizer em homenagem a quem - foi tão justa quanto a vitória na Taça Guanabara. E tão fácil quanto, também - nem um pouco. Sobre disposição, mas tem faltado criação no meio de campo da Gávea.

Vale creditar o empate parcial do Cienciano à péssima saída do goleiro rubro-negro Bruno, que ficou no meio do caminho em um cruzamento e levou um gol de cabeça que jamais teria tomado se permanecesse debaixo das traves.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Cada vez maior, cada vez menor

O Botafogo, que na época do presidente Mauro Ney Palmeiro definhava e terminou caindo para a Série B, está cada vez maior: joga bonito, impõe respeito, arrendou o estádio mais moderno do continente.

Mas o mesmo Botafogo, com sua interminável choradeira, com seu complexo de inferioridade, parece cada vez menor.

Bebeto e Montenegro deveriam perceber: ninguém enxerga o Botafogo menor do que eles. As cenas protagonizadas após a derrota para o Flamengo são dignas de um Madureira (roubado contra o Flamengo em 2007) e de um América (roubado contra o Botafogo em 2006), mas jamais do Botafogo, jamais de um dos 4 grandes do Rio.

Cuca e o elenco já estão contaminados. Ou isso muda agora ou o Botafogo vai passar outro ano jogando bonito e não ganhando nada.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Será que eles são bossa nova?


A nova publicação de charges combinando Maomé com uma bomba no turbante - ironizando os débeis mentais que matam usando, para isto, o nome de deus - causou o cancelamento de amistosos - que já não fariam mais jus ao nome - entre as seleções juvenis do Egito e da Dinamarca. Não precisa ser profeta para saber que a iniciativa foi dos egípcios e, como diz um amigo meu, quem tem problemas de relacionamento com a Dinamarca, é porque sofre de gravíssimos problemas sexuais. A lamentar, apenas o fato de que seriam amistosos e não jogos oficiais. O Egito merecia tomar um WO.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Tomou?


Depois de Romário, o vice de futebol Kleber Leite quer abrir as portas para Ronaldo se recuperar nove meses - no mínimo! - e, quem sabe, depois voltar a exibir com as cores rubro-negras horizontais o futebol nada exuberante que vinha mostrando nas verticais do Milan - que pode ter se livrado de um problema.

Pelo otmismo demonstrado com a natimorta dupla Ro-Ro (lembram do esboço de pagode com este nome que seria gravado por seu Edevair há uma década?), Kleber não pode ver um jogador bom de marketing e acabado para o futebol que logo quer levá-lo para a Gávea.

Vai acabar se transformando no Cesar Maia do futebol, trocando uma possível seqüência da (boa) realidade, construída por jogadores e comissão técnica mais atentos à bola que a holofotes, por factóides do mesmo estilo que introduziu no Flamengo em 1995 e que levaram o clube a disputar ano a ano o "prêmio" de não ser rebaixado.

PS: falando no alcaide, de 80 para 461 milhões de reais é o acréscimo daquele elefante branco chamado Cidade da Música. Mas, segundo ele, é tudo golpe do Globo. Cesar e o PT têm mais em comum do que seus eleitores gostariam de crer.

Menos (velocidade) poderia ser mais


A correria do coronel Bolognesi era fácil de prever. Mais difícil seria o Flamengo entrar nela e jogar do mesmo jeito. Quer dizer, o 'Bolo' jogando que nem ele próprio é normal, mas o Flamengo jogando igual ao 'Bolo' é complicado. Em meio a muito lançamento lembrando um Hearts x Aberdeen pelo campeonato escocês, ilustres perdidos como Kleberson e Diego Tardelli estiveram em campo com o Marcinho -, que, quando entrara pelo carioca, fizera boas jogadas - esquentado o banco.

No fundo, o Fla apostou demais em jogadores duvidosos para uma estrpeia em Libertadores, da mesma forma com que desconfiou excessivamente de um jogador que, quando pôde fisicamente, jogou direito mas foi dispensado. Ele jogou pouco tempo no clube de coração e fez um golaço na virada que ajudou a rebaixar seu antigo time. Hoje, está no Grêmio e no domingo um gol já saiu dos pés dele.

O Flamengo foi apressado demais com Roger. E ele poderia ter sido o mais apto para desapressar o Bolo de jogadas rápidas e imprecisas, cadenciando o jogo para que o rubro-negro pudesse dominar realmente o meio de campo, mantendo a posse de bola. O que em nenhum momento conseguiu fazer nesse 0 a 0 que poderia ter bem terminado -1 a -1.

Assim como no disco de 1966 dos Yardbirds, Roger poderia ter sido o engenheiro - de jogadas - que faltou ao Fla.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008


Guga, que se despediu hoje do torneio Brasil Open, ao perder para o argentino Carlos Berlocq nunca precisou de patriotadas. Foi ovacionado com todo o mérito porque foi um jogadorzaço enquanto o quadril deixou. Depois, lesionado, não deu. Como assumiu ao discursar após a partida, querer jogar mais, ele queria. Só não consegue mais, no nível físico profissional exigido em um esporte individual - ao contrário do futebol, no tênis, não dá para sugar o sangue de outros nove jogadores de linha em função de projetos pessoais.

Não é qualquer um que vence Roland Garros três vezes derrotando feras como Andre Agassi, Pete Sampras, Marat Safin e Juan Carlos Ferrero. Guga foi e sempre será grande. O fato de encerrar a carreira mais cedo foi uma determinação física que em nada diminui seu brilho.

Enquanto esteve no topo, ou lutando para voltar após a primeira vitória no Aberto da França, em 1997, realmente conseguiu inventar uma pátria de raquetes, sem nacionalismos babacas, apenas pelo prazer de ver que nem todo o mundo por aqui nasceu para aspone.

Em 2000, quando chegou ao segundo título, venceu desconfianças quanto a se seria apenas um fogo de palha. A vitória sobre o espanhol Ferrero, de virada após estar perdendo por 2 sets a 1 e 4/2 no quarto reuniu figuras de patamares tão díspares quanto eu, então um mero estagiário, e Ruth de Aquino, nada menos que a poderosa diretora de redação dO Dia encostados em uma mesa, estáticos em frente à televisão na rua do Riachuelo, torcendo da mesma forma, como se fosse jogo de Copa do Mundo.

No ano seguinte, a sensação ficou ainda mais clara, ao ver seu tricampeonato ao lado de autênticos ratos de bar, no Carlitos, tradicional pé-sujo do Catete, que poucos imaginariam torcendo para alguns esporte que não futebol - tá, talvez boxe ou vale-tudo.

Só retificando o penúltimo parágrafo, aliás, desde 1994, na verdade, que não torço para a seleção em copas como torcia pro Guga em Roland Garros. E isto acontecia porque não basta brincar de amarelinha. Tem que ter aquela gana pela vitória que os funcionários públicos com estabilidade da CBF já mostravam mais em um passado recente.

Isso é uma estréia


Não me lembro de ter visto uma estrela tão imediata quanto a de Alberto Paloschi. Este moleque de 18 anos estreou no domingo passado, pelo campeão mundial Milan, que empatava em 0 a 0 com o medíocre Siena pelo Campeonato Italiano e, com 20 segundos em campo, na primeira bola em tocou, fez, em um chute de primeira, o gol da vitória.

Tá de bom tamanho para começar?

Kléber, as portas tão abertas é pro Thiago Neves...

Depois do disse-me-disse em torno da saída (?) de Romário do Vasco, coube ao clássico de domingo elucidar a declaração do vice de futebol Kléber Leite.
Romário nada. Como disse meu amigo jornalista e rubro-negro Mário Hugo Monken, as portas do Flamengo estão abertas - abertíssimas - é pro Thiago Neves.

Voltando às rodas baixas, se fosse para deixar jogar - ao lado de voadores como Léo Moura e Ibson - quem hoje é apenas uma lembrança, seria sacanagem impor seu projeto pessoal a jogadores que trabalham sério desde o ano passado e vão jogar uma Libertadores graças a isto.

Mesmo se for para tirar um sarro do Eurico, acontece o que Renato Maurício Prado lembrou bem hoje nO Globo sobre toda a importância do peixe no Flamengo: praticamente nenhuma. Ganhou apenas dois estaduais e marcou a alavanca de uma era de mais marketing do que futebol, com seguidas ameaças de rebaixamento.

Romário fez história no Vasco e na seleção. No Flamengo fez... só o que quis. E, aí, não dá certo, porque a torcida queria mais - e o time costumava ganhar mais. Falando em seleção, aliás, centroavante a quem a Gávea deve e que nunca foi tão reconhecido quanto mereceria é o parceiro de ataque dele em 1994.

Pirâmide de gols, mas só a nível de África

A magra vitória de 1 a 0 sobre Camarões na final não traduziu a campanha arrasadora dos egípcios na Copa Africana de Nações realizada até este domingo em Gana. Foram cinco vitórias e apenas um empate - de 1 a 1 contra a Zâmbia, mas que garantiu de forma tranqüila a passagem como líder do grupo C na primeira fase - e muitos gols.

Entre eles, 4 a 1 sobre a Costa do Marfim de Drogba - bom ataque, péssima defesa - na semifinal e 4 a 2 nos mesmos camaroneses, contra quem haviam estreado (ver alguns posts abaixo). Também venceram o Sudão por 3 a 0 na primeira fase e Angola por 2 a 1 nas quartas-de-final. Escaldada, a seleção de Camarões, com Eto'o e tudo, jogou na defesa, segundo o Globo Esporte.com e acabou perdendo... em um vacilo da zaga.

Foi o sexto título continental do Egito que, paradoxalmente, se classifica para copas do mundo com a mesma freqüência com o Cid posta alguma coisa. Foram apenas a 1934 e 1990. Na primeiria - após derrotar, nas eliminatórias, uma seleção da Palestina formada apenas por judeus, que, hoje, seriam chamados de... israelenses - perderam para a Hungria (4 a 2) e voltaram. Na segunda, no conseguiram empatar com a Holanda de Gullit e Van Basten, empataram também com a Irlanda e caíram ao perder (1 a 0) para a Inglaterra - no único jogo que não terminou empatado daquele que foi o grupo mais chatos da mais chata das copas.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Feliz era o Garrincha

Não há nada mais chato e modorrento que o "politicamente correto". No futebol então, ele beira o ridículo.

Veremos o dia em que jogadores de um time só vão aceitar perder de um gol de diferença. "Pô o cara fez 2x0. Como ele ousa? Vou arregaçar. Isso aqui é (insira nome de time), tem que respeitar!"

ZZZ...

Depois do caso Coelho/Kerlon, agora quem pede respeito é Obina e os jogadores do Flamengo. Primeiro porque, no Fla-Flu, Thiago Neves comemorou gols fazendo dancinha. Ora, outro dia mesmo no Maracanã o Souza comemorou gol dançando Funk. Foi desrespeito? Aliás, por falar nisso, existe algo mais desrespeitoso do que comemorar gol dando tiro de metralhadora imaginária? Já que é pra ser politicamente correto, como as vítimas de violência se sentiam quando o Souza comemorava gol?

Depois, o Obina quase agride um zagueiro dos juniores do Fluminense porque ele teria "feito embaixadinha". Vejamos: estávamos, literalmente, no último segundo da partida, o zagueiro do Flu ao ver o juiz se preparando pra encerrar o jogo levanta a bola pra dar um bicão e isso de repente vira embaixadinha desrespeitosa?

Imagina se o Garrincha jogasse hoje em dia, na primeira vez que desse seus 5 dribles consecutivos humilhantes num zagueiro, o time adversário inteiro ia partir pra briga. O banco de reservas ia se levantar pedindo expulsão, a torcida ia invadir o campo querendo sangue.

" A instituição _______ foi desrespeitada", "Esse Garrincha não é profissional", "Se fosse comigo também arregaçava".

Obina, você quer respeitar a torcida do Flamengo? Procure um endocrinologista.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Água fria no cuscuz, canja de galinha na feijoada

Goleada em time fraco costuma dar impressões falsas de poder. A seleção marroquina sofreu deste mal, depois de estrear na Copa Africana de Nações metendo 5 a 1 na fraquinha Namíbia e acabaou perdendo para Guiné na segunda rodada, por 3 a 2.

O atacante Pascal Feindouno, que joga no Saint Etienne, da França foi destaque positivo, ao marcar dois dos três gols e Guiné, e negativo, ao ser expulso por uma falta feita. Comn] a derrota, Marrocos precisa vencer a anfitriã Gana, uma tarefa possível, porém dura, ou empatar e torcar para que a Guiné não vença
a Namíbia, o que é ainda mais difícil. Os ganeses também fizeram pouco, mas ainda assim venceram a Namíbia, só por 1 a 0.

Quem vai ter que tomar cuidado com estes placares enganosos são Flamengo e Fluminense, neste Carioca enfraquecido pelo acréscimo de quatro timecos. Meter 4 a 1 no Cardoso Moreira - com dois gols mal anulados e outros dois mal validados -, não parece nada e não é nada mesmo. Virar para cima do Duque de Caxias ainda ratificou algo da força que o ataque tricolor promete. Mas as defesas - e ataques e meios de campo - na Libertadores são bem mais fortes.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Na 2a rodada, ataque tricolor estréia

Agora sim, o ataque do Fluminense disse a que veio. Um gol de Washington, de cabeça, um golaço de Leandro Amaral, encobrindo o goleiro adversário e o belo passe de Dodô para ele começam a confirmar em campo o valor que o forte investimento tricolor em centroavantes tem no papel.

Hoje, mais cedo, eles compensaram o que a defesa deixou passar: dois gols do Duque de Caxias, estreante na primeira divisão, que na primeira rodada já enfiara 5 a 2 no América.

O primeiro tempo foi basicamente o Flu parando nas boas defesas do goleiro Fernando e outro atacante-estrela marcando um belo gol de voleio. Foi o centrovante do Caxias, Viola. O nome parecia inspirado naquele antigo jogador que estreou no Corinthians marcando o gol sobre o Guarani que valeu o Campeonato Paulista de 1988, mas não era.

Porque era o próprio, 39 anos de idade e 20 de carreira, dando um voleio que muito moleque não acerta e fazendo Duque de Caxias 2 a 0 - Edvlado havia feito o primeiro, após uma triangulação que matou a zaga tricolor.

A zebra morreu dormindo. No início da segunda etapa, o time de Caxias contra-atacava até que o jogador que recebeu a bola ficou olhando a arquibancada e Thiago Silva fez no ataque o que não conseguia fazer na defesa: roubar a bola. Aí, deu uma cacetada e diminuiu. Depois, o front fez sua parte e virou a partida.

Mais fácil pro Botafogo venecer a Friburguense, por 4 a 1, com direito a pênalti defendido - será que esse goleiro uruguaio vinga?

Já o Vasco precisou da ajuda do árbitro, que ignorou um pênalti pro Americano para vencer por 1 a 0, em São Januário. O Mequinha trocou de técnico mas fez feio de novo. 1 a 0 pro Macaé. O Boavista, que estreou dando trabaho pro Flamengo, ganhou do Volta Redonda - 3 a 2.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Homenagem póstuma


Longe do mar, a musa do windsurf Dora Bria não resistiu a uma batida de carro e se tornou mais um pontinho na estatística que põe Minas Gerais como o estado brasileira onde mais se morre nas estradas.

Linda aos 49 anos, a filha de pai romeno, fugido da cortina de ferro, foi seis vezes campeã brasileira de windsurfe e três vezes campeã sul-americana, além de passar quatro anos como uma das cinco melhores do mundo em ondas de grande porte.

Tudo igual no reino de Senegal

Por enquanto, ninguém matou ainda ninguém no grupo da morte da Copa Africana de Nações, o D, que reúne Angola, África do Sul, Senegal e Tunísia. O país do Rali da Morte empatou com a Tunísia em 2 a 2, enquanto a África do Sul, comandada por Carlos Alberto Parreira, penou para empatar em 1 a 1 com Angola. O gol sul-africano só saiu aos 43 do segundo tempo, aliviando o técnico brasileiro e cortando o barato da seleção lusófona desta fase final. Ontem, completando o grupo C, Zâmbia meteu 3 a 0 no Sudão

terça-feira, janeiro 22, 2008

Faltaram Ronaldinho, Messi etc.

Eto'o bem que fez a parte dele e marcou dois gols hoje. Mesmo assim, a seleção de Camarões - ausente da Alemanha em 2006 - perdeu por 4 a 2 para o Egito, no principal jogo de hoje pela Copa Africana das Nações. Até aqui, os países o norte árabe vêm se dando bem, mas a vitória do Egito certamente foi bem mais importante que a de Marrocos que, na véspera goleara a azarona Namíbia por 5 a 1.

Os egípcios fizeram 3 a 0 no primeiro tempo, praticamente matando as chances camaronesas. Os 'leões indomáveis' ainda descontaram no início da segunda etapa, mas o Egito fez 4 a 1 a oito minutos do fim. Nos descontos, Eto'o fez o segundo de pênalti.

Não é nada, não é nada, um golzinho pode valer a classificação para as quartas-de-final em caso de um empate em número de pontos na segunda colocação. Sudão e Zâmbia jogam agora pela segunda partida do grupo C.

Ainda não tem gol no You Tube nem no Globo Esporte.

Nem rei nem príncipe


Só uma falta animal de perspectivas leva Edmundo a ser o grande contrato do Vasco para o Carioca. Tá certo que os comandados de... Romário pegaram o adversário mais complicado da estréia - perto de Resende, Boavista e Cardoso Moreira, o Madureira é uma potência. Tá certo também que, ao contrário de Fla e Flu, o sonho vascaíno acabou e pra Libertadores são os outros que vão, mas perder de uma Conca e Leandro Amaral, pôr no comando um jogador que, em sua única experiência no banco, cometeu a sua própria participação como jogador sem condição nenhuma e anunciar Edmundo como o principal reforço?

Nem rei nem príncipe. Em 2008, Euricão está fazendo o torcedor vascaíno de bobo.

E o ex-cruzmaltino Muriqui também fez.

Combinado frio

Pareceu até combinado todo o mundo ganhar por 2 a 0, mas o fato é que os placares foram magros e as dificuldades, pesadas, diante de times de primeira divisão, mas de terceira categoria. Rsende, Boavista e Cardoso Moreira são timecos que dependem de dinheiro público – mal gasto, diga-se de passagem – para sobreviver.

Por mais que tenham apresentado algum esforço, era de se imaginar melhor futebol e mais facilidade de Botafogo, Flamengo e Fluminense. Principalmente dos dois últimos, que precisam melhorar muuuuito se quiserem alguma coisa na Libertadores.

Pior para o Flamengo que perdeu Renato Augusto – êta carinha azarado! – por, pelo menos um mês. Na real, provavelmente por todo o Carioca e boa parte da primeira fase da Libertadores. Menos mal para ele que o afundamento do osso malar – na face – não traz nenhuma seqüela posterior a suas condições para o futebol. Marcinho, que o substituiu, estreou bem, dando passe para o primeiro gol, de Souza. Fábio Luciano completou.

O Fluminense fez o gol mais bonito da primeira rodada, com Thiago Neves, mas é muito pouco e muito Fluminense... aqueles vitrais, lindos e tal, mas só isso não faz um time. É preciso mais... dinamismo.

E o Botafogo sofreu e nem gol muito bonito fez.

PS: Mas que vergonha do Mequinha, tomar de 5 a 2 do estreante Duque de Caxias... E o time do eterno (hehe) Caixa D’Água tomou do Friburguense.

Copa Africana começa em passos de elefante


A febre amarela não é única coisa que tem no Brasil e também na África. Por lá, eles jogam bola também, embora geralmente um pouco mais para cima, ou seja, na Europa. A cada dois anos, deixam o veloz futebol europeu e desfalcam seus times para jogar a Copa Africana das Nações. E deixam por lá a velocidade.

Pelo menos foi essa a impressão que passou o jogo de hoje em que a Costa do Marfim venceu a Nigéria por 1 a 0. A despeito do golaço de Kalou, a partida foi lenta com os times parecendo, inclusive, sentir o calor de seu continente, em relação ao rigoroso inverno da Europa, onde jogam quase todos os prinmcipais jogadores. Se Kalou marcou, seu parceiro de Chelsea, Didier Drogba, pouco tocou na bola.

Do outro lado, a Nigéria nem de longe lembrava a gloriosa seleção campeã olímpica de 1996, ao vencer Brasil e Argentina nem a da Copa de 98, que eliminou a Espanha de Raul e a Bulgária de Stoitchcov. Kanu - ele mesmo - estava lá, mas apenas para fazer figura em campo. Após enfrentar problemas cardíacos, já não é mais o mesmo jogador. No outro jogo do grupo, Mali venceu Benin - que se preparou no Rio - por 1 a 0.

Pelo grupo A, a dona de casa Gana estreou vencendo a Guiné por 2 a 1, enquanto que os marroquinos enfiaram 5 a 1 na Namíbia, que, sem nenhuma tradição, já fez bastante em chegar à final final da competição.

domingo, janeiro 20, 2008

Copa Africana tem grupo da morte

A Copa das Nações Africanas começa hoje com um grupo da morte: o D, que reúne Tunísia, Senegal, Angola e África do Sul, todas participantes de Copas do Mundo recente, algumas com boas campanhas, como Senegal em 2002 e até a África do Sul no mesmo ano - mesmo eliminada no número de gols. Vale destacar também a boa defesa angolana em 2006.

A dona da casa, Gana - que na última Copa do Mundo eliminou a República Tcheca - é favorita no grupo A, tendo a tradição de Marrocos e a crescente Guiné como principais adversárias. A Namíbia, país com menor densidade demográfica do mundo, por ficar em grande parte no deserto do Kalahari, é um zebra difícil de entender como chegou à fase final.

No grupo B, o azarão Mali e a zebrona Benin tentam superar a ultrafavoritas Nigéria e Costa do Marfim, enquanto que no C Egito, Camarões, de Eto'o, devem ter mais dificuldades contra a Zâmbia do que contra o Sudão.

A Copa Africana de Nações ocorre a cada dois anos (!) e quem não gosta são os times europeus, que perdem vários jogadores. O esquema é o mesmo da Euro. Os dois primeiros passa às quartas-de-final e daí por diante.

A wikipedia tem um arquivo interessante das disputas, desde 1957.