segunda-feira, setembro 17, 2007
Apologia à porrada no reino animal
Sayyd Qutb, chefe da Irmandade Muçulmana, ícone do terrorismo sob desculpas religiosas, dizia que “O Islã não obriga ninguém a aceitar sua fé (...) O que pretende é abolir os sistemas políticos opressores sob os quais as pessoas não têm o direito de expressar sua liberdade de escolher em que acreditar, dando-lhes assim plena liberdade para decidir se querem ou não aceitar os princípios do Islã”. Precisa especificar o que ele defendia para quem não aceitava?
Neste domingo, 16 de setembro, o técnico do galo, Emerson Leão, declarou que não deseja mal a Kerlon, atacante da arqui-rival raposa, que aplicou o drible da foca – equilibrando a bola – para passar pelo atleticano Coelho, que lhe deu, então, uma cotovelada e foi, justamente, expulso. O Cruzeiro vencia o clássico por 4 a 3 e o placar permaneceu assim até o final.
“Temo no futuro, ele ficar fora de muitos anos, se um dia estiver fazendo isso e tomar um chute veloz, grave no rosto, e depois nunca mais jogar. Eu torço para que isso não aconteça nunca”, disse Leão.
Guardadas as devidas proporções em termos de gravidade, a torcida de Leão é igual à liberdade de Qutb, sem condenar em meia sílaba a covardia, somente a provocação da qual ela seria conseqüência inevitável. A culpa pelo estupro é sempre da minissaia.
A jihad contra a inventividade no futebol é tão nova quanto usar Deus como desculpa para matar, torturar e mutilar órgãos sexuais femininos. Quando Edílson comemorou, ainda em campo, fazendo embaixadinhas, o título paulista do Corinthians em 1999, virou alvo de pancada dos adversários palmeirenses e de adversários do futebol – comentaristas alinhados com a porrada, que, felizmente, não existiram a tempo de ‘temer’, no sentido Leão da palavra, que algum beque quebrasse as pernas tortas de Mané Garrincha.
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