sexta-feira, novembro 30, 2007

Blatter, a azzurra auriverde e a Espanha que não amarela


Declarado antes do sorteio para as eliminatórias, o medo
do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de que “as próximas Copas do Mundo podem ter uma enxurrada de seleções repletas de brasileiros naturalizados” já tem sua mais clara tradução nas quadras. Vice-campeã mundial e européia, a seleção italiana de futsal é composta exclusivamente por brasileiros naturalizados, entre os quais alguns que chegaram a jogar pelo Brasil em amistosos ou em seleções de base, como o pivô Vinícius Baccaro e os alas Seco e Saad – não chegando a compor o time principal em competições, eles puderam defender a azzurra.

De italiano mesmo, só o técnico Alessandro Nuccorini, que enfrenta pressão de atletas e jornalistas locais para convocar jogadores nascidos na Itália sob o argumento de que o que ele quer é ganhar. Infelizmente (ou seria felizmente?), após conquistar em casa o Europeu de 2003, a Itália mais pareceu o Vasco da Gama, habituando-se a ganhar o vice, tanto no Mundial de 2004, quanto no continental recém-disputado em Portugal – em 2005, na República Tcheca, ficou em terceiro.

O Flamengo da Itália passou a ser a Espanha, atual bicampeã mundial e que conquistou, no domingo, seu quarto campeonato europeu, dos seis promovidos desde 1996 pela Uefa, vencendo-os por 3 x 1 - o primeiro dos espanhóis foi um golaço, que vale conferir. Embora tenham dois brasileiros naturalizados – o pivô Marcelo e o ala Daniel –, eles têm tradição própria desde os anos 80, quando, em Madri, enfrentaram Brasil na final mundial do antigo futebol de salão – com a ridícula proibição de gols dentro da área. Perderam (3 x 1), mas seguiram formando jogadores. Um dos vice-campeões daquela Mundial, Javier Lozano, se tornou técnico e à beira da quadra, conquistou duas vezes o título do qual, como jogador chegara perto.

Em quadra, a Fúria faria jus ao apelido que não honra nos gramados, não fosse a björniana frieza de seus jogadores. Chegam a lembrar a Itália dos campos, porém com mais jogadas bonitas. Seus lances mais fortes, porém, são os de bola parada e a exploração dos erros adversários. Assim, por exemplo, viraram em 2000 contra o Brasil, que estourara o limite de faltas, em dois tiros livres sem barreira. E empataram a semifinal
deste último europeu contra Portugal, após estarem perdendo por 2 a 0 até os 16 do segundo tempo. Ao contrário dos campos, nas quadras, a camisa deles é que parece pesar sobre os rivais.

Um comentário:

Daniel F. Silva disse...

O primeiro gol espanhol lembrou um pouco o gol do Falcão na final do Pan contra a Argentina.

Pelo visto, os espanhóis virão com tudo pra abocanhar o tri mundial aqui no Brasil, no ano que vem. A gente que se cuide...