No Arena SporTV, há pouco, Cléber Machado, Sidney Garambone, Marco Antonio e Caio ex-jogador falavam sobre a final da Copa de 98, persistido na ladainha de buscar entender a derrota brasileira na final pelo que aconteceu na final com a convulsão do ronaldo, coisa e tal. Garambone pondera que o Brasil não fazia uma Copa impecável, mas que a França também não fazia. No final, a unanimidade concorda que o Brasil jogou muito aquém de suas possibilidades pela falta de seu principal – segundo eles – jogador.
Nenhum dos participantes da mesa redonda se pergunta que possibilidades o Brasil atingiu quando perdeu da Noruega, ainda na primeira fase. Nem quando foi dominado na semifinal pela Holanda, que esbarrou em sua incompetência botafoguense de não traduzir a superioridade em vitória. Nem mesmo quando complicou o jogo contra a apenas razoável Dinamarca nas quartas-de-final.
A rigor, o Brasil só teve duas atuações irrepreensíveis naquela copa com trilha sonora de pagode ‘crilouro’ via FM O Dia: um 3 a 0 sobre o Marrocos e os 4 a 1 nas oitavas sobre o Chile – que, com Salas e Zamorano, jogou menos do que podia.
Enquanto isso, os franceses venceram toda a primeira fase, incluindo a própria Dinamarca, sem susto, e goleadas sobre Arábia Saudita e África do Sul – com direito a ‘ovinho’ sentado do Zidane. Depois, furaram a defesa paraguaia – a melhor daquela Copa –, tiveram um único empate, com a invicta Itália, que jogou bem e foi eliminada nos pênaltis e viraram para cima da melhor parte da melhor geração de jogadores já formados na antiga Iugoslávia, destacando o artilheiro Suker e o craque Prosinecki, entrosados desde a conquista do mundial de juniores em 87.
A ladainha nacionalista que insiste na convulsão do careca para explicar a derrota brasileira me fez lembrar de Adeus, Hexa, brilhante artigo de maio do ano passado em que Guilherme Fiuza perfila in advance a soberba que levaria o Brasil à derrocada na Alemanha: “os brasileiros são assim mesmo. Oscilam da auto-piedade mais miserável à arrogância mais histérica”.
Quase uma década passada e mais um sarrafo dos bleus ainda não foram suficientes para tirar o nacionalismo de chuteiras de seu praticamente vitalício analfabetismo funcional. Deitado em berço esplêndido, Policarpo Quaresma segue ajeitando o meião.
terça-feira, junho 26, 2007
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