sexta-feira, março 07, 2008

Meninos mimados


Qual o problema do Flamengo quando joga fora de casa? Por que seu retrospecto fora tem números que lembram a campanha do América-RN no brasileirão de 2007? O que leva um clube a se comportar tão destemperadamente num jogo onde o adversário uruguaio estava efetivamente jogando na bola?

Vendo os lances do jogo do Flamengo contra o Nacional, em Montevidéu, formulei uma teoria.

Primeiro de tudo, aos fatos: não existe a tão decantada TRADIÇÃO em Libertadores. Existe EXPERIÊNCIA em jogos de Libertadores. Vejam se o Boca escalaria o time juvenil para jogar a competição confiando apenas na força de sua camisa. Não. O Boca vai bem porque conhece a competição, seus atalhos e particularidades. Porque isso lhe é cotidiano.

E tudo isso faltou ao Flamengo ontem. Toró dar empurrão num gandulinha de 13 anos é ridículo e amador, mas pelo menos o Toró é apenas um jovem de 21 anos. Mas como explicar o Léo Moura, que já rodou por 9.534 clubes, dar uma voadora de Mortal Kombat na costela de um adversário? Se, com os dois, o Flamengo perdia por 1x0 numa falha do goleiro Bruno (culpado direto por 3 dos 4 gols que o Urubú levou na competição), sem eles conseguiu levar apenas mais dois, enquanto o clone uruguaio do Somália perdia uma carroça de gols.

A impressão que tive, e deu nessa minha teoria, é a seguinte: o Flamengo é como um menino mimado de condomínio da Barra. Mimado pela torcida, pelo oba-oba dos dirigentes, pelo ufanismo midiático que quer vender jornal pro maior mercado consumidor de futebol do Brasil. Some-se a isso o fato de 2/3 de seus maiores rivais virem de longos jejuns contra ele, e ao fato da arbitragem e os tribunais esportivos do Rio serem um tanto quanto, uh, estranhos.

Resumindo, o Flamengo está acostumado a adversidade? Sabe lidar com ela?

Parece que não.

O Flamengo, desde que o Joel assumiu o time, se comporta como o menino que nunca sai do seu condomínio. Seu mundo perfeito cercado de grades e onde ele tem tudo. Aí, quando precisa sair, não é safo, não sabe pegar ônibus, não conhece rua nenhuma.

Há tempo para o time resolver isso. Talvez até a atuação de ontem ajude-o a acordar. Mas o mundo real não é o Maracanã, não é a FERJ, não é o Vasco.

Ou o Flamengo resolve isso, ou vão ter que inventar outro título de isopor pra manter o status quo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cid, urubu não tem acento. Aprende a escrever. E vê se posta algo que não seja para esculachar o Flamengo ou elogiar o Fluminense. Tá virando o Áureo Ameno vezes o Chico Lang.

Defunto Autor disse...

Estranho é um time subir da terceirona direto pra primeira divisão. Perder pro Nacional de Montevidéu no Uruguai é um resultado previsível - o possível vacilo rubro-negro se deu no 1º jogo, diante do Coronel Bolognesi. O time jogou desfalcado essas partidas do seu grande jogador, Renato Augusto. a grande verdade é que o time se mantém na disputa das duas competições que enfrenta neste começo de ano.