Enquanto Flamengo e Botafogo se atacavam no primeiro e eletrizante clássico do Campeonato Carioca, o Sportv transmitia para o Rio de Janeiro Santo André x Santos, pelo Campeonato Paulista, 'atração' tão interessante aos cariocas quanto a Super Copa Finlandesa de Críquete.
Após angariar milhares de assinantes pra Globosat transmitindo os clássicos do Carioca, o canal de esportes passou a cobrar a mais de quem, mesmo já desembolsando a mensalidade, desejar torcer no conforto do lar, sem se expor às brigas de quadrilhas disfarçadas de torcidas.
Trinta paus de ingresso? Bebe essa grana
Quem se deu bem foram os bares que pagaram o pay-per-view, mas, com isso, concentraram torcedores que, com razão, acharam mais jogo gastar 30 reais em vários chopes do que com o caríssimo ingresso atual do Maracanã.
O Garota do Flamengo foi um desses. E fez jus ao nome, apesar de tê-lo por causa do bairro. Nas mesas, todas ocupadas, 80% dos torcedores vestiam rubro-negro. De fora, vendo da calçada, acotovelada nas muretas do bar, também era maior a torcida do Flamengo, que sofria com a derrota parcial por 2 a 1, de virada, quando cheguei para aumentar a 'nação', aos 25 do segundo tempo - os gols, então, eram de Obina pro Fla; Jorge Henrique e Dodô pro Fogo.
Na calçada, eram mais de 30 pessoas, sofrendo mais com o jogo do que a chuva. A segunda maior torcida visível não era nem do Botafogo, mas de vascaínos que comemoravam a goleada de 6 a 1 no Volta Redonda. Deu para ver que o cara com uniforme de Camarões (a 9 do Eto'o, claro) torcia para o Flamengo, mas do que vestia camisa do MST só dava para reparar que de Sem-Terra ele não tinha nada - mas tudo bem, porque o Stédile também não tem.
Um clássico que mereceu este nome
Os rubro-negros prenunciaram uns cinco 'é agora' antes de realmente vir o empate em 2 a 2, com uma cacetada de cabeça do zagueiro Ronaldo Angelim, em um escanteio. Pequena, a torcida alvinegra também fez barulho quando ficou novamente à frente, com um chute indefensável de Joilson, no ângulo. Como de costume, quem arrebetava no Botafogo era Zé Roberto - que parece que já se vai...
Faltavam menos de 10 minutos pro fim, o Flamengo perdia e tinha um a menos - Juan acabara de ser expulso por falta violenta -, mas no jogo que mereceu ser chamado de clássico não houve uma única sensação de resultado definido antes do apito final.
Renato Augusto, Juninho Paulista e Leonardo Moura não iam ao ataque. Se jogavam. O técnico Ney Franco manteve dois atacantes, mas com Roni no lugar de Souza. E ele, mal entrou, se escondeu nas costas da zaga do Botafogo, recebeu e tocou com muita classe na saída do goleiro.
De novo, o grito era rubro-negro. O terceiro em pouquíssimo tempo. Euforia, desespero e, novamente, euforia.
E, faltando sete pro final do tempo regulamentar ainda viriam mais. Mas, antes, vale a pena ver os seis gols. Basta clicar aqui: http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM637032-7824-OS+GOLS+DE+BOTAFOGO+X+FLAMENGO+PELA+RODADA+DO+CARIOCA,00.html
Com 3 a 3 no placar, emoção até o apito final
Aos 42 , a galera de vermelho e preto, dentro e fora do bar, entoou 'gentilezas' à arbitragem. Pela segunda vez na partida e ambas com razão. A primeira havia sido no pênalti que deu o segundo gol ao Botafogo - na verdade, uma falta fora da área. A segunda pelo impedimento mal, aliás, pessimamente marcado. Obina, recebeu em condição legal e ficou cara a cara com o goleiro.
O último teste de resistência cardíaca valeu pros lados. Primeiro, pra torcida do Flamengo, que viu o time sofrer o quarto gol aos 44. Depois, para a do Botafogo que precisou se conformar em vê-lo ser justamente anulado. Antes de Zé Roberto cabecear pras redes, André Lima havia desviado com a mão. Para quem não é nenhum Maradona, o cartão amarelo ficou barato.
Em um jogo com muitos lances marcantes além dos gols, vale a pena ver os melhores momentos:http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM637036-7824-MELHORES+MOMENTOS+BOTAFOGO+X+FLAMENGO+PELA+RODADA+DO+CARIOCA,00.html
PMs ficam vendo jogo, ao invés de trabalhar
Com tantos gritos de gol e provocações que variaram de lado, não houve nada naquele bar que indicasse prenúncio de briga entre torcedores. Se houvesse, provavelmente seria logo contida. É que, na torcida 'da calçada' havia pelo menos seis PMs fardados. Enquanto os times e as torcidas homenageavam o garoto João Hélio, botafoguense de seis anos morto esta semana arrastado no asfalto, preso ao cinto de segurança, por assaltantes de carros, os policiais estacionavam os carros de número 54-2129 e 54-2372 do 2º Batalhão (Botafogo) na esquina da Paissandu com a senador Vergueiro. Ao invés de patrulhar as ruas, ficaram lá, parados, vendo o jogo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
aí, link dos vídeos não roda em mac. e aidna tem que ser assinante do globo.com...
Postar um comentário