Joel Santana é o novo técnico do Fluminense. É o tipo de treinador que se ama ou se odeia. O tipo que é campeão ou é (quase)rebaixado. Não existe meio-termo.
Ao mesmo tempo em que colecionou títulos estaduais seguidos nos anos 90, em que foi campeão em todos os 4 grandes do Rio, em que salvou o Flamengo de um rebaixamento quase certo em 2005, Joel nunca teve estabilidade para se tornar um treinador top de linha no Brasil. Muitos irão culpar, numa era de técnicos engravatados e "professores", seu tipo "boleiro", sua inseparável prancheta e, como bem notou Lédio Carmona em seu blog, seu estilo propositalmente "folclórico", de Português errado e de falar de si na 3a pessoa do plural.
Mas foi no próprio Fluminense o momento da verdade de Joel Santana. Corria o ano de 1995, onde, após levar um desacreditado Tricolor ao rodrigueano título carioca contra o Flamengo de Sávio e Romário, chegou às semi-finais do Brasileirão.
O Adversário seria um redivivo Santos, comandado então pelo "Novo Pelé" (sic) Giovani. Na primeira partida, 4x1 Flu, de virada, no Maracanã. Aí é que começou o problema.
Antes da partida de volta, Joel assinou com o Flamengo para 96. Por problema de suspensão do titulr Sorlei, escalou um zagueiro que trouxera no lugar (acreditem) de Mauro Galvão: Alê, que acabou sendo responsável direto pela derrota e eliminação do Flu pelo Santos, por 5x2 no Pacaembú.
Em menos de uma semana Joel foi antiético, não teve pulso para manter a concentração do grupo e escalou mal o time. E lá se foi sua maior chance de disputar uma final de Campeonato Brasileiro e afastar de vez a fama de "técnico de estadual".
PS: Ainda em 96, Joel comandava, como dito, o Flamengo. Na última rodada do brasileirão, perdeu em casa pro Bahia, carimbando o passaporte do Flu para a Série B. Joel não escalou todo o time titular para a partida, mas disse que não foi para prejudicar o clube das Laranjeiras, "apesar do Fluminense ainda lhe dever dinheiro."
Talvez ele tenha, como acredita, o aval da torcida tricolor. Mas com certeza não o dos que se lembram de 1995. Assim é com Joel: ou você ama, ou odeia. Torço pra que ele seja vitorioso.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
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