segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Feliz era o Garrincha

Não há nada mais chato e modorrento que o "politicamente correto". No futebol então, ele beira o ridículo.

Veremos o dia em que jogadores de um time só vão aceitar perder de um gol de diferença. "Pô o cara fez 2x0. Como ele ousa? Vou arregaçar. Isso aqui é (insira nome de time), tem que respeitar!"

ZZZ...

Depois do caso Coelho/Kerlon, agora quem pede respeito é Obina e os jogadores do Flamengo. Primeiro porque, no Fla-Flu, Thiago Neves comemorou gols fazendo dancinha. Ora, outro dia mesmo no Maracanã o Souza comemorou gol dançando Funk. Foi desrespeito? Aliás, por falar nisso, existe algo mais desrespeitoso do que comemorar gol dando tiro de metralhadora imaginária? Já que é pra ser politicamente correto, como as vítimas de violência se sentiam quando o Souza comemorava gol?

Depois, o Obina quase agride um zagueiro dos juniores do Fluminense porque ele teria "feito embaixadinha". Vejamos: estávamos, literalmente, no último segundo da partida, o zagueiro do Flu ao ver o juiz se preparando pra encerrar o jogo levanta a bola pra dar um bicão e isso de repente vira embaixadinha desrespeitosa?

Imagina se o Garrincha jogasse hoje em dia, na primeira vez que desse seus 5 dribles consecutivos humilhantes num zagueiro, o time adversário inteiro ia partir pra briga. O banco de reservas ia se levantar pedindo expulsão, a torcida ia invadir o campo querendo sangue.

" A instituição _______ foi desrespeitada", "Esse Garrincha não é profissional", "Se fosse comigo também arregaçava".

Obina, você quer respeitar a torcida do Flamengo? Procure um endocrinologista.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom texto !!
excelente nível crítico

Salve fluzão 4 x1!!

Anônimo disse...

Cara, isso de neguim ficar puto com firula de time adversário durante goleada não é consequência do políticamente correto não, é doença velha do esporte.
Não sei como o Garrincha resistiu na época dele... mas reza a lenda que o Pelé não deixava barato... se batessem, ele entrava pra rachar.